BTG mantém recomendação de compra de ações de usinas; não é hora de pânico
O BTG reiterou recomendação de compra para as empresas do setor sucroenergético São Martinho, Cosan e Adecoagro, apesar da volatilidade no petróleo e da expectativa de preços mais baixos do óleo no médio prazo. Mesmo assim, o preço-alvo das companhias foi reduzido. Para o banco, o RenovaBio deve ajudar a manter o setor competitivo. "Mesmo que preços do petróleo continuem baixos por anos, o custo dos CBios deve eventualmente ser repassado a consumidores para que o etanol continue competitivo e o Brasil cumpra suas metas de descarbonização", diz relatório do banco, assinado por Thiago Duarte e Pedro Soares.
Mesmo assim, o BTG afirma que os acontecimentos com petróleo devem ter "impacto significativo" no açúcar e no etanol. "Esperamos que a Petrobras comece em breve a reduzir preços locais de gasolina para refletir a paridade de importação", afirma boletim, que projeta correção de 8,7% nos preços da gasolina na refinaria, a R$ 1,54/litro. A queda na bomba deve ser de 3,6%, diz o banco, com preços do etanol hidratado na bomba caindo na mesma proporção. Além disso, a estimativa do BTG é de que, se preços do petróleo continuarem nos níveis atuais, a cotação do açúcar deve cair mais 15%, aproximadamente, com a maior produção brasileira.
Quanto às empresas, apesar da forte queda ontem na bolsa B3 das ações de São Martinho, Cosan e Adecoagro, a recomendação ainda é de compra. O banco estimou que os preços de açúcar e do etanol no curto prazo reflitam o brent a US$ 36/barril em 2020. O recuo seria parcialmente compensado pelo câmbio e por hedges de açúcar. Além disso, a queda no preço da ação das empresas significa que elas teriam fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE) por ação baixos.
O banco coloca o preço-alvo da São Martinho em R$ 25/ação, o que implica ganho de 35,14% em relação ao fechamento de ontem; para a Cosan, o preço-alvo é de R$ 81, com prêmio potencial de 28,57% ante o fechamento de ontem; já a Adecoagro ficou com preço-alvo de US$ 9, o que implica alta de 73,08% ante o fechamento anterior. No fim de janeiro, os preços-alvo para essas companhias eram, respectivamente, de R$ 32, R$ 85 e US$ 14 (Broadcast, 10/3/20)