FCStone e Rabobank citam Ásia e elevam superávit de açúcar em 2017/18
Produções recordes de açúcar na Índia e na Tailândia devem impulsionar a oferta global do produto neste ano, levando o ciclo 2017/18, iniciado em outubro, a registrar o primeiro superávit após duas safras consecutivas de déficit, de acordo com estimativas divulgadas nesta quinta-feira pela consultoria INTL FCStone e pelo banco Rabobank.
A INTL FCStone elevou sua perspectiva de superávit em 2017/18 para 6,9 milhões de toneladas, de 3,6 milhões em fevereiro. Já o Rabobank projeta 7,6 milhões, de 4,3 milhões em dezembro, além de estimar outro excedente na temporada 2018/19, que se inicia em outubro, de 4,4 milhões.
As safras na Índia e Tailândia, grandes produtores depois do Brasil, devem mais do que compensar a queda esperada para a fabricação de açúcar no centro-sul brasileiro neste ano. Com maior atratividade, o etanol deve ser o foco para as usinas da região.
Tal perspectiva tem pressionado as cotações internacionais do açúcar do açúcar na bolsa ICE, que atingiram recentemente os menores níveis em mais de dois anos.
“Como resultado de uma produção ainda maior na Ásia, o superávit global para o balanço de oferta e demanda em 2017/18 cresceu —e isso apesar de um consenso de que a produção de açúcar no centro-sul do Brasil cairá entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas neste ano”, destacou o Rabobank em relatório.
A Índia passa por uma recuperação de lavouras após anos de estiagem, mas a intensidade dessa retomada “surpreendeu” a todo o mercado, disse o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, também em relatório. A expectativa é de que o país produza um recorde de quase 30 milhões de toneladas de açúcar neste ano.
“Este rápido incremento na produção indiana é resultado de uma combinação de fatores. Em Uttar Pradesh... a produção cresceu ao longo dos últimos anos devido à introdução de nova variedade de cana... Em Maharashtra... o principal fator puxando o crescimento da produção é a recuperação da área plantada e produtividade”, disse Botelho, referindo-se aos principais Estados produtores da Índia.
Para a Tailândia, a expectativa é de uma produção superior a 12 milhões de toneladas, também recorde, graças a uma maior área plantada e condições climáticas favoráveis, segundo o analista da INTL FCStone (Reuters, 29/3/18)