05/10/2020

JBS: Adesão de criador a programa “Juntos pela Amazônia” será voluntária

 JBS: Adesão de criador a programa “Juntos pela Amazônia” será voluntária

O lançamento do programa "Juntos pela Amazônia" pela JBS na semana passada levantou uma série de questionamentos por parte dos pecuaristas, ao qual a companhia tenta, agora, esclarecer. Ao Broadcast Agro, o diretor de Sustentabilidade da JBS, Márcio Nappo, frisou que a adesão dos criadores à "Plataforma Verde JBS", uma das iniciativas do projeto, será completamente voluntária e que as informações das Guias de Trânsito Animal (GTAs), fornecidas pelos pecuaristas em relação aos fornecedores indiretos de bovinos "não serão acessadas indiscriminadamente".

"As GTAs serão depositadas em uma plataforma com tecnologia blockchain, que protege esses dados, especialmente os comerciais, e informa apenas o que precisamos saber: a origem e o destino dos lotes de animais comercializados", afirmou Nappo, acrescentando que o documento é uma forma de se chegar às propriedades que fazem parte da cadeia produtiva e não será utilizado para obtenção de outras informações.

O executivo da JBS comentou, ainda, que o rastreamento total da cadeia não é o fim, mas um meio para melhorar a transparência da produção bovina como um todo. "É por isso que o sistema será disponibilizado publicamente, para que todos os interessados possam consultar quem são os fornecedores de gado que estão agindo dentro da legislação."

O diretor de Relacionamento com os Pecuaristas da Friboi, Fábio Dias, lembrou que há mais de dez anos a JBS realiza o trabalho de rastreamento de todos os seus fornecedores diretos de gado e o que muda com o novo projeto é a ampliação desse monitoramento para o restante da cadeia, atingindo também os fornecedores indiretos - aqueles que vendem bezerros e bois magros para o pecuarista engordar e vender para a JBS abater. "O nosso desafio é engajá-los para que eles incentivem os seus fornecedores (de bezerros e bois magros) a aderirem à plataforma, e assim por diante", afirmou ele, confirmando que o sucesso do projeto depende desta colaboração, uma vez que as GTAs são documentos de acesso exclusivo do governo e dos criadores de gado. Desta forma, a companhia pretende cruzar as informações e identificar se há ou não ilegalidades socioambientais dentro das fazendas de fornecedores indiretos.

Com a detecção de problemas em alguma propriedade, o primeiro caminho não será a exclusão, garante Dias, afirmando que a ideia é justamente oposta, a de incluí-los e auxiliá-los a solucionar quaisquer irregularidades. "Queremos que os produtores entendam que o problema deles também é nosso", disse o executivo. Nesse sentido, serão oferecidas assistências técnica e jurídica aos criadores de gado, mas também um apoio aos órgãos ambientais estaduais, para que possam acelerar os processos de fiscalização e validação das propriedades. "Na medida do possível, vamos apoiar o governo com aumento de mão de obra e melhor infraestrutura para agilizar a regularização ambiental", acrescentou Nappo.

A primeira fase do sistema será iniciada em janeiro de 2021, no Estado de Mato Grosso, mas a projeção é de que a operação esteja completa em 2025. Até lá, os produtores poderão aderir ou não à "Plataforma Verde JBS" - que operará no âmbito do Juntos pela Amazônia e usa tecnologia blockchain. Depois desse prazo, a companhia pretende continuar comprando apenas de fornecedores que, comprovadamente, não criam nem adquirem animais de áreas irregulares.

"Como estamos oferecendo uma oportunidade de dar suporte para quem tem algum tipo de problema atingir a conformidade ambiental, entendemos que só existem benefícios para o pecuarista que vai participar", disse o diretor de sustentabilidade da JBS. E acrescentou: "Queremos trazer alguma entidade que represente o setor para participar ativamente da aplicação do projeto para a gente garantir que o pecuarista não tem nada a perder" (Broadcast, 2/10/20)

 


Segundo boi mais caro do Brasil, no Pará, está com cara de animal paulista

 

Legenda: Baixa capacidade de capim não viabiliza volumes de bois, cuja quantidade de cabeças também está mais curta

Do boi paulista encontrando suporte nos R$ 255/256 a @, o segundo boi mais caro brasileiro está no Pará, desconsiderando regiões pecuárias mais pobres.

Estado 100% de boi a pasto, sofre com a ausência de pastos neste rigoroso inverno amazônico e um rebanho encurtado.

Animal acabado no Sul do Estado chegou a ser ofertado a R$ 250 nesta sexta (2), segundo agente de importante frigorífico. Preço com cara de animal paulista.

Pela Scot Consultoria, R$ 1 a menos, em Marabá, a principal praça da região.

Outras praças do Pará também batem o resto do País pecuarista peso-pesado, como Goiás, Mato Grosso, parte de Minas e Mato Grosso do Sul, que costumam sofrer a influência de preços de São Paulo.

Em Redenção e Paragominas, ofertas livres de Funrural a R$ 246,50. Aqui, tem alguma rivalidade com alguns negócios com o boi gordo no Triângulo Mineiro neste último dia da semana.

Os frigoríficos compradores estão disputando bastante a matéria-prima, com o clima agravado pelo custo da reposição e retenção de matrizes já observadas nos últimos dois anos, e seu efeito sendo mais sentido agora pelo ciclo do negócio. A disponibilidade é mais baixa.

E este ano não está havendo disputa pelas exportações de bois vivos, que é um dos fortes da pecuária paraense (Money Times, 2/10/20)