21 anos de dados confirmam segurança de milho transgênico
Meta-análise feita por cientistas italianos confirma segurança para a saúde e viabilidade econômica do milho geneticamente modificado.
É comum que críticos aos transgênicos, na tentativa de colocar em dúvida a segurança dessa tecnologia, citem estudos com pouca credibilidade ou até mesmo trabalhos refutados veementemente pela comunidade científica. Entretanto, os próprios cientistas preferem análises mais profundas para tirar suas conclusões, que investigam diversas outras pesquisas independentes revisadas por colegas da academia. Essa técnica estatística chama-se meta-análise e foi exatamente a ela que uma equipe de pesquisadores italianos recorreu para avaliar a segurança do milho transgênico. O grupo analisou dados de testes feitos com milho geneticamente modificado (GM) ao longo dos últimos 21 anos e concluiu que o cereal transgênico traz benefícios a saúde e ao meio ambiente.
Os principais resultados revelam que o cultivo de milho GM promove aumento de até 25% (variando de 5,6% a 24,5%) na produtividade e que a tecnologia é eficiente no controle de pragas sem afetar insetos não-alvo. Além disso, o grão transgênico concentra 29% menos micotoxinas quando comparado ao milho não modificado. As micotoxinas são substâncias tóxicas produzidas por fungos que se alimentam do milho e podem intoxicar animais e humanos que consomem o alimento contaminado. De acordo com a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, os achados da equipe de pesquisadores italianos confirmam a segurança desses produtos, desde o princípio atestada por inúmeros cientistas e agências reguladoras em todo o mundo.
A meta-análise também derruba um outro muito difundido sobre os transgênicos, o de que eles não trazem benefícios econômicos aos produtores. Segundo o estudo, os agricultores de países desenvolvidos e de nações em desenvolvimento observaram aumento de rendimento. Inclusive, o trabalho italiano conclui que o aumento do cultivo de milho transgênico nos países em desenvolvimento poderia proporcionar aos agricultores e consumidores ganhos ainda mais substanciais.
Para compor a publicação foram selecionados estudos conduzidos de acordo com alguns critérios, a exemplo de terem sido conduzidos em condições de campo, da existência de um milho não transgênico cultivado em condições idênticas e da amostragem suficiente para análises estatísticas. Grande parte desses trabalhos foi realizado na América do Norte, na Europa (Alemanha, Espanha, França, entre outros) e na América do Sul, (Brasil, Argentina e Chile).
Fonte: Scientific Reports, 15 de fevereiro de 2018 (Assessoria de Comunicação, 26/2/18)