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Líder do futuro precisa mesclar habilidades emocionais e técnicas. Foto patpitchaya -stock.adobe.com
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Cursos são um ótimo caminho para quem quer liderar num novo mundo corporativo, mas é importante analisar o programa e buscar por experiências práticas.
RESUMO: Os líderes do futuro precisam desenvolver habilidades técnicas e emocionais, como pensamento crítico, sistêmico e estratégico, além de aprender a lidar com novas formas de trabalho e opiniões divergentes. A educação executiva pode ajudar, mas é necessário analisar se o programa está de acordo com as exigências do mercado, além de avaliar se há alinhamento entre os ideais da instituição e do aluno. O ideal é que o executivo busque integrar os estudos com experiências práticas.
Este conteúdo faz parte da série de reportagens do Estadão sobre educação executiva.
Leia essas dicas para saber como ser o líder do futuro.
Cinco habilidades essenciais para os líderes do futuro
Quem quer ser um líder do futuro precisa desenvolver tanto habilidades técnicas quanto emocionais.
Para Silvio Laban, diretor de Educação Executiva e Pós-Graduação Lato Sensu do Insper, a principal mudança em relação ao perfil exigido atualmente será a preocupação cada vez maior com os impactos sociais e ambientais da empresa.
As características fundamentais para esses profissionais são:
1) Pensamento crítico: as opções disponíveis para a realização de inúmeros processos crescem a cada dia, o que exige que o executivo seja capaz de analisar de forma crítica o que funciona ou não para a empresa.
“Algumas mudanças podem não ser adequadas, mas o apego ao passado também é perigoso. É fundamental desenvolver uma visão crítica para analisar qual a melhor solução para cada situação”, afirma Silvio Laban, diretor de Educação Executiva e Pós-Graduação Lato Sensu do Insper
2) Pensamento sistêmico: o profissional precisa enxergar como as pequenas decisões vão impactar o sistema de trabalho como um todo, especialmente a médio e longo prazo.
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3) Pensamento estratégico: é importante estar preparado para lidar com um alto volume de informações e saber analisar cada uma de maneira estratégica antes de tomar decisões.
4) Aprender a desaprender: o executivo deve estar disposto a aprender novas formas de realizar as tarefas e abrir mão de antigos conceitos.
5) Lidar com diversidade: é preciso se preparar para lidar com equipes de opiniões, características e vivências diversas.
“Por muito tempo, as empresas buscaram por grupos similares, mas as organizações entendem cada vez mais que a diversidade ajuda a ter sucesso. Dificilmente algo diferente ou inovador vai ser criado por quem faz sempre a mesma coisa”, afirma Silvio Laban
Quais cursos ajudam a desenvolver essas habilidades?
Os programas de educação executiva podem ajudar, mas é importante analisar se a grade oferece conteúdos voltados para:
- Desenvolvimento dos pensamentos crítico, sistêmico e estratégico: segundo Laban, é importante buscar por aulas técnicas, como finanças, tecnologia e marketing, mas que sejam planejadas para estimular as habilidades emocionais.
- Trabalho em equipe: o ideal é buscar por grupos diversos, para ter contato com diferentes visões. Jorge Kraljevic, sócio-fundador da Signium Brasil, consultoria especializada na contratação de alto escalão, afirma que ambientes desafiadores são essenciais para estimular o desenvolvimento de um líder.
“Toda troca é importante, mas, se essas discussões te colocarem em um cenário novo e fora da zona de conforto, o ganho é muito maior”, afirma Jorge Kraljevic, sócio-fundador da Signium Brasil
- Análise de dados: investir em cursos que ensinam não só a interpretar os dados, mas também a transformá-los em ações é um passo importante. Laban destaca que o profissional pode optar por programas mais curtos com foco na área, se a falta de tempo for um problema.
- Avaliação de contextos: as aulas devem preparar os profissionais para lidar com diferentes contextos, seja por meio de simulações ou análises de casos reais. O mais importante é desenvolver a capacidade de adaptar as suas decisões a diferentes circunstâncias.
Veja na tabela abaixo o que procurar no curso para ser o líder do futuro:
Qual a melhor instituição para quem quer liderar?
Laban explica que, antes de definir o curso, o primeiro passo é escolher onde cursar, já que programas semelhantes podem ter abordagens diferentes - depender da visão da instituição. Ele aponta que é importante:
- Entender se os ideais da entidade estão alinhados aos do profissional, para evitar frustrações.
- Analisar o currículo e a metodologia dos professores.
- Procurar por ex-alunos para avaliar qual momento da carreira eles viviam quando fizeram o curso e como isso impactou a trajetória profissional.
A maioria das instituições brasileiras possui grupos de ex-alunos. Você pode entrar em contato com eles para conhecer melhor o programa. Confira as páginas oficiais de alumni de algumas dessas organizações: FGV, FDC, FIA e Insper.
O que o mercado exige?
A educação executiva pode ajudar quem pretende se tornar um líder do futuro, mas deve ser associada à experiência prática, avalia Jorge Kraljevic. Ele afirma que o estudo mostra disposição para se reinventar, mas que o profissional precisa mostrar que sabe aplicar o conhecimento.
Antes de escolher o curso, responda a essas três perguntas:
- Quais são os seus objetivos?
- Quais são as suas principais habilidades?
- Quais são as suas fraquezas?
Kraljevic acredita que os futuros líderes devem investir em programas internacionais, para conhecer novos formatos e expandir o horizonte, especialmente em regiões que estejam em desenvolvimento.
Para quem não tiver a oportunidade de sair do País, a recomendação de Kraljevic é procurar por instituições que ofereçam programas baseados em módulos internacionais.
Outro passo importante é garantir que o tema central das aulas esteja alinhado aos seus planos. “Não adianta simplesmente estudar algo que não vá agregar para a sua área de atuação. Investir em um curso só porque ele tem boas matérias não vai impactar os próximos passos da sua carreira”, analisa (Estadão, 22/11/24)