08/07/2019

Acordo entre Mercosul e UE pode beneficiar agronegócio brasileiro

Acordo entre Mercosul e UE pode beneficiar agronegócio brasileiro

Carlos Cesar Floriano, CEO da VMX Agropecuária, confia na abertura de mercado.

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, com isenção de taxas em mais de 90% dos produtos, gerou otimismo para as entidades e empresários do agronegócio brasileiro. Inclusive, o empresariado do setor também aguarda as oportunidades que podem surgir com o passar dos anos. 

Segundo Carlos Cesar Floriano, CEO da VMX Agropecuária, a expectativa é a melhor possível. "O mercado europeu é imenso e seguro para novos negócios e, com isso, teremos muitas oportunidades para inserir nossos produtos, que são competitivos", afirma.


Recentemente a VMX anunciou investimentos de R$ 18 milhões na construção de uma usina de Biodiesel para produção de 10 milhões de litros por ano em Porto dos Gaúchos, Mato Grosso. Atualmente, o farelo de soja produzido pela VMX é 100% comercializado para ração animal. A decisão de implantar a unidade de transformação de Biodiesel tem como objetivo agregar mais valor ao processo utilizando o óleo de soja, seu principal coproduto e seguro como matéria-prima. "A produção de biocombustível é uma extraordinária alternativa ao diesel de petróleo pelas vantagens ambientais, o biodiesel é um combustível menos poluente, além de ser uma fonte renovável. No Brasil, cerca de 70% da operação de biodiesel é produzido com soja e o mercado europeu pode ser promissor para os nossos negócios", acrescenta Carlos Cesar Floriano.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgou estatísticas sobre os ganhos potenciais para a agropecuária brasileira, que exporta 18% da produção para a União Europeia. Segundo a confederação, o acordo simplifica operações comerciais e reduz ou elimina restrições ao comércio, aumenta a competitividade por meio do acesso facilitado a tecnologias e a insumos europeus que permitam a produção de bens de maior valor agregado e abre as portas para outros acordos comerciais.

A CNA destacou que a União Europeia vai liberalizar 99% das importações agrícolas do Mercosul. Ao todo, 81,7% dos produtos agropecuários terão tarifas de importação reduzidas ou eliminadas. Suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões, entre outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais terão as tarifas zeradas.

Outro benefício do acordo, ressaltou a CNA, foi a eliminação de barreiras não tarifárias, com normas claras para protocolos sanitários, fitossanitários e normas técnicas, buscando evitar medidas injustificadas a arbitrárias e garantindo mais previsibilidade e transparência pela redução de inspeções físicas e harmonização de procedimentos aduaneiros.

A CNA, no entanto, ressaltou que o acordo não terá efeito imediato porque a União Europeia terá cerca de dez anos para reduzir tarifas, e porque o acordo precisa ser ratificado pelos parlamentos de cada um dos países do Mercosul e cada um dos países da União Europeia. Em alguns países, como a Bélgica, o acordo terá de ser votado pelos parlamentos das regiões flamenga e francesa (Terra, 4/7/19