Açúcar: Análise Agromensal Cepea/Esalq Outubro/19
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) subiu 3,51% em outubro, fechando a R$ 65,21/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 65,04/saca de 50 kg, 6,54% superior à média de setembro (R$61,04/saca de 50 kg) e 1,04% acima da de outubro/18 (R$ 64,37/saca de 50 kg), em termos nominais.
Após venderem um volume maior entre julho/19 e setembro/19, usinas paulistas restringiram a oferta do cristal para o mercado spot em outubro/19. Do lado comprador, a demanda foi suficiente para sustentar os preços, apesar de não ter sido muito aquecida.
Assim, usinas paulistas seguiram firmes nos valores ofertados pelo cristal no mercado spot, mesmo com a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) apontando para um aumento na produção do adoçante no acumulado desta safra 2019/20. Vale ressaltar que houve um avanço da colheita, devido às condições climáticas favoráveis, incrementando a produção do açúcar.
Além disso, foi registrado um pico de maior concentração do ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) entre a segunda quinzena de setembro/19 até a primeira quinzena de outubro/19. No entanto, essa elevação na produção de açúcar pode ser considerada pontual, uma vez que é previsto que as usinas de São Paulo antecipem o final da moagem deste ano, como também deve haver uma queda do ATR para as próximas quinzenas.
Segundo a Unica, no acumulado da safra 2019/20 (de abril/19 até a primeira quinzena de outubro/19), usinas do estado de São Paulo produziram 16,422 milhões de toneladas de açúcar, volume 1,20% maior em relação ao produzido em igual período do ano passado (16,228 milhões de toneladas). A quantidade total de cana moída foi de 299,041 milhões de toneladas, 3,66% superior ao montante registrado no mesmo período da safra passada (288,497 milhões de toneladas).
NORDESTE
No mercado nordestino de açúcar, as negociações em outubro tiveram ritmo lento, com preços em queda. A oferta do adoçante aumentou com a entrada de um maior número de usinas no spot, levando algumas unidades produtoras, com necessidade de “fazer caixa”, a flexibilizarem os valores de suas ofertas. Já outras, mais capitalizadas, preferiram sair do mercado.
Do lado da demanda, alguns compradores estiveram estocados. Em outubro, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 72,49/sc de 50 kg, queda de 4,58% frente a setembro/19, mas alta de 11,92% em relação a outubro/18, em termos nominais.
Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 70,97/sc, queda de 3,38% em relação a setembro/19, porém, alta de 11,24% frente a outubro/18, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$70,19/sc, baixa de 4,03% em relação a setembro/19.
INTERNACIONAL
Os preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) caíram em outubro, devido aos amplos estoques da commodity e a um fraco crescimento de consumo. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de outubro, a China deverá importar 4 milhões de toneladas de açúcar na temporada mundial, volume menor que a estimativa anterior, de 4,3 milhões de toneladas.
Apesar destes fatores baixistas, ao final do mês o mercado teve suporte vindo de projeções indicando déficit na produção mundial de açúcar na temporada 2019/20. De acordo com cálculos do Cepea, em outubro, as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 10,93% a mais que as vendas externas.
Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e o do vencimento Março/20 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 41,22/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 48,81/tonelada. Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,79 milhão de toneladas em outubro/19, volume 15% maior que o de setembro/19 (1,55 milhão de toneladas) e 4% superior ao de outubro/18 (1,72 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas em outubro/19, 136,9 mil toneladas, quantidade 17% inferior a setembro/19 (164,8 mil toneladas) e 29% menor que outubro/18 (192,2 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.129,0/t em outubro/19, 0,7% maior que setembro/19 (R$ 1.121,1/t) e 5,4% superior em comparação com outubro/18 (R$1.071,6/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.489,5/t, baixa de 2% em relação a setembro/19 (R$ 1.519,5/t), mas alta de 5,1% em comparação com outubro/18 (R$1.417,5/t), em termos nominais. A receita com as exportações de açúcar foi de R$2,23 bilhões em outubro/19, alta de 12% frente a setembro/19 (R$1,99 bilhão) e de 5% em relação a outubro/18 (R$2,12 bilhões), em termos nominais (Assessoria de Comunicação, 7/11/19)