Açúcar bruto toca mínimas de contratos na ICE; café também recua
Os preços do açúcar bruto na ICE recuaram para os menores níveis em um ano e meio nesta quarta-feira, com os vencimentos para maio e julho atingindo mínimas de contrato, diante de temores de que a pandemia de coronavírus afetará a demanda e de apostas de que a queda nos preços do petróleo fará com que usinas de cana do Brasil produzam mais açúcar e menos etanol.
O café também caiu, acompanhando a maior parte das commodities.
AÇÚCAR
* O contrato maio do açúcar bruto fechou em queda de 0,38 centavo de dólar, ou 3,6%, a 10,04 centavos de dólar por libra-peso, menor nível desde setembro de 2018.
* “O açúcar parece ser o que mais sofre com a crise global, mais do que qualquer outra commodity agrícola”, disse um operador. Ele citou o “golpe duplo” da expectativa de redução na demanda global e do aumento de produção no Brasil, o que reduz as chances de um novo déficit em 2020/21.
* O açúcar também é pressionado pelo enfraquecimento do real, o que tende a fazer com que exportadores brasileiros vendam commodities precificadas em dólar, uma vez que os retornos aumentam nos termos da moeda local.
* “Nós estamos neste momento sob a influência de preços mais baixos do petróleo e do enfraquecimento do real ante o dólar para cerca de 5,25, o que parece estar encorajando os vendedores a voltar ao mercado, com sinais de precificação por produtores no curto prazo, antes de o contrato maio expirar no final deste mês”, disse Jon Whybrow, analista da trading Czarnikow.
* O açúcar branco para maio recuou 11,10 dólares, ou 3,1%, para 342 dólares por tonelada, embora as perdas tenham sido limitadas pela disrupção das exportações e cadeias de oferta devido ao “lockdown” na Índia, levando consumidores a formar estoque.
CAFÉ
* O contrato maio do café arábica fechou em queda de 3,55 centavos de dólar, ou 3%, a 1,16 dólar por libra-peso, com o mercado se ajustando depois de avançar quase 10% no mês passado, sendo uma das poucas commodities do mundo a fazê-lo.
* Os estoques certificados pela ICE continuam em queda, recuando para 1,98 milhão de sacas, menor nível em quase dois anos, o que indica forte demanda em um momento em que torrefadoras formam estoques do grão temendo interrupções às cadeias de oferta.
* O café robusta para maio recuou 15 dólares, ou 1,3%, para 1.171 dólares por tonelada (Reuters, 1/4/20)