28/08/2019

Açúcar do México pode inundar mercado global, diz Rabobank

Açúcar do México pode inundar mercado global, diz Rabobank

Já existe um grande superávit global de açúcar. Agora, graças ao novo acordo de comércio firmado entre Estados Unidos e México, o país latino-americano provavelmente aumentará ainda mais a oferta do adoçante no mercado.

 

Sob o novo acordo, a quantidade de açúcar que o México pode enviar para os EUA foi reduzida. Além disso, o México atualmente possui grandes estoques, e os "armazéns estão cheios", disse Pablo Sherwell, chefe de pesquisa de alimentos e agronegócios do Rabobank International. Como resultado, o México deve tentar exportar até 500 mil toneladas de açúcar para o mercado global para liberar algum espaço de armazenamento antes do início da próxima temporada, em 1º de outubro, acrescentou.

 

É uma mudança na dinâmica do mercado, porque há anos o México tem contado com os EUA para comprar seu excedente de açúcar. Com o país latino-americano agora mais voltado a outros mercados, a mudança provavelmente pressionará ainda mais os preços globais, disse Sherwell. Os contratos futuros do açúcar bruto negociados em Nova York acumulam queda de 19% nos últimos dois anos devido aos amplos estoques.

 

Nesta temporada, o México exportou 2,1 milhões de toneladas desde outubro de 2018, segundo dados de 18 de agosto da associação Conadesuca. É o maior volume em cinco anos e inclui carregamentos para os EUA.

 

O Departamento de Agricultura dos EUA projeta que a produção mexicana de açúcar aumentará 7,2% nesta temporada em relação ao ano anterior, enquanto os estoques iniciais subiriam para o nível mais alto desde 2013.

 

Embora exista a preocupação de que o clima seco em algumas regiões mexicanas possa reduzir a produção do país no próximo ano, os preços relativamente mais baratos do milho também tornam o xarope de milho, rico em frutose, atraente para engarrafadoras de refrigerantes e de outras bebidas. Se o panorama continuar, o consumo doméstico de açúcar pode diminuir, potencialmente aumentando ainda mais os estoques no ano que vem, disse Sherwell (Bloomberg, 27/8/19)