26/10/2020

Açúcar parece buscar novas máximas, mas mercado aguarda correção baixista

Açúcar parece buscar novas máximas, mas mercado aguarda correção baixista

O empurrão dos contratos futuros do açúcar na ICE Futures, parecendo tentar alcançar as máximas de 15 centavos de dólar por libra-peso, não oferece suspeita de sustentação. Os fundos jogam com as altas da tela de março, por exemplo, testando os fundamentos futuros e atuais vulneráveis.

Neste sexta (23), ao redor das 10h20 (Brasília), o vencimento está em alta leve de 0,28%, em 14.82 c/lp, enquanto os mais longos estão pouco abaixo.

“Mas se espera uma correção baixista”, avalia Paulo Strini, trader do Grupo Triex.

A possibilidade de o governo indiano retardar novos subsídios aos exportadores – o que nunca é garantia de nada em se tratando de informações sempre nebulosos que chegam de lá -, e a possibilidade de a safra brasileira do Centro-Sul (21/22) ser pouco menor por causa da recente seca de mais de três meses, estariam entre esses fatores do mercado sendo puxado para cima.

Além disso, de momento, Strini lembra que a colheita da cana e a produção de açúcar da Índia – orçada em 36 milhões de toneladas, contra 32 milhões/t da passada – estão engatinhando, portanto a oferta é curta, se considerarmos também que a safra atual no Brasil caminha para o final.

E final sempre um pouco mais etanoleiro, não tanto pela qualidade da cana, que ainda é boa para açúcar, mas porque já se começa a favorecer a curva de demanda das distribuidoras visando a entressafra e a previsão de aumento do consumo nacional, como Money Times noticiou segunda-feira (19).

Para o negociador do grupo mineiro, o próximo ciclo no Brasil caminha para um mix mais açucareiro, porém mesmo que seja menor que o atual, elevando o volume de etanol, não é suporte elevações desse porte na bolsa de Nova York.

Neste último dia útil da semana, o mercado aproveita e joga nos preços também a última do petróleo, vindo da Rússia. O presidente Vladimir Putin disse não considerar, por hora, o aumento da produção no início de 2021, como chegou a ser acordado na Opep+ (Money Times, 23/10/20)