Açúcar: Preços tiveram pressão renovada em março com superávit de oferta
Os valores do mercado mundial de açúcar sofreram pressão renovada em março dos superávits globais fundamentais para a safra 2018/19, segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA). Em relatório mensal divulgado há pouco, a instituição salientou que houve perdas tanto nos preços da commodity bruta quanto nos do açúcar refinado no mês passado na comparação com fevereiro.
A entidade que tem sede em Londres identificou que os preços à vista do açúcar bruto (medidos pelo preço diário da ISA) começaram março em 12,92 centavos de dólar por libra-peso, caíram para 12,42 centavos de dólar por libra-peso antes de melhorarem para a mais alta cotação do mês, em 13,06 centavos de dólar por libra-peso, em 18 de março. Os preços caíram abaixo de 12,75 centavos de dólar por libra peso até o final do mês, resultando em uma média mensal de 12,71 centavos de dólar por libra peso, uma queda de 2,0%, ou de 12,96 centavos de dólar por libra peso na comparação com fevereiro.
A OIA constatou que, durante a maior parte de março, o Índice de Preços do Açúcar Branco (ISO) seguiu um caminho semelhante, mas a correção de queda no final do mês foi mais acentuada. A cotação do refinado começou o mês em US$ 348,05 por tonelada, mas caiu para US$ 329,95 por tonelada no dia 29 de março. A média mensal foi de US$ 341,27 por tonelada, uma queda de 2,5% em relação aos US$ 349,93 por tonelada do mês anterior.
Média do prêmio nominal do refinado cai para US$ 61,04 em março
A média mensal do Prêmio Nominal do Açúcar Branco (diferencial entre o Índice de Preços do Açúcar refinado ISO e o Preço Diário do ISA) caiu para US$ 61,04 por tonelada em março contra US$ 64,10 por tonelada registrado em fevereiro. A média permaneceu consideravelmente mais fraca do que a média de longo prazo (que leva em conta a cotação dos últimos três anos) de US$ 79 por tonelada. Os dados foram divulgados há pouco pela Organização Internacional do Açúcar (OIA), que tem sede em Londres, por meio de seu relatório mensal.
"Como já discutido na edição anterior do Relatório Mensal, a OIA espera que os segmentos de açúcar branco e bruto estejam igualmente equilibrados em 2018/19 (outubro/setembro), o que provavelmente não garante mudanças significativas no prêmio no mercado de curto e médio prazos", considerou a instituição no documento.
No documento sobre os números de fevereiro, a OIA já havia identificado o descasamento entre os preços de bruto e refinado e projetado que as duas variações de commodity deveriam convergir para um mesmo referencial ao longo do caminho durante esta safra.
Desempenho na Índia foi principal fator para setor em março
O ponto mais importante para o mercado de açúcar em março foi o desempenho quase recorde da indústria na Índia, segundo o relatório mensal divulgado há pouco pela Organização Internacional do Açúcar (OIA), que tem sede em Londres. De acordo com o documento, o maior produtor de açúcar do mundo pela segunda temporada consecutiva - que foi inesperada em alguns trimestres - conseguiu se desviar de alguns obstáculos previstos inicialmente em relação ao clima mais seco e de infestação de pragas e doenças na produção.
A OIA registrou que a produção do país foi de 27,400 milhões de toneladas até 15 de março. Existiam 373 usinas ainda em operação, 93 a menos do que duas semanas antes e também 26 menos de um ano atrás. "Como relatado pela Indian Sugar Mills Association (Isma), até a mesma data em 2018 as usinas tinham produzido 25,820 milhões de toneladas", comparou (Broadcast, 5/4/19)