Açúcar se valoriza e sobe mais de 3% em Nova York

AÇUCAR CRISTAL Foto Freepik
Os contratos de café e cacau para maio também encerram o pregão de segunda-feira em alta.
Os contratos do açúcar demerara com vencimento para maio encerraram a sessão com alta de 3,38%, valendo 19,57 centavos de dólar por libra-peso. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontam uma queda 5,58% na produção da commodity desde o início da safra até 1º de março, em comparação ao mesmo período do ano passado, o que dá suporte aos preços.
No acumulado da semana passada, houve uma valorização de 4,8% nos contratos listados na bolsa de Nova York (ICE Futures US). Analistas atribuem esse movimento às preocupações contínuas sobre os volumes de chuvas no Brasil, o maior produtor e exportador mundial, e a uma deterioração nas expectativas de produção de açúcar na Índia, segundo a Trading Economics.
Os preços do café encerraram com alta de 1,64%, com os lotes mais negociados (maio de 2025) cotados a US$ 3,8340, em razão, principalmente, da secas no Brasil e a valorização do real. A Climatempo relatou que a principal região produtora de café arábica do Brasil, Minas Gerais, recebeu 30,8 mm de chuva na semana encerrada em 15 de março, ou 71% da média histórica.
O Brasil enfrenta o clima mais seco desde 1981, segundo o (Centro de Monitotamento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Além disso, o real brasileiro atingiu a máxima de quase de quatro semanas em relação ao dólar, “desencorajando as vendas de exportação dos produtores brasileiros de café”, destacou o analista do site americano Barchart, Rich Asplund.
O especialista lembrou que a última projeção da Volcafe foi de um déficit global de arábica de 8,5 milhões de sacas em 2025/26, superior ao déficit de 5,5 milhões de sacas em 2024/25, marcando o quinto ano consecutivo de déficits.
Por outro lado, a Marex Solutions sustentou sua projeção de um superávit global de café na safra 2025/26, com um aumento de 1,2 milhão de sacas, em comparação com o superávit de 200 mil sacas em 2024/25. O motivo seria o aumento da safra de robusta diante de uma potencial recuperação do Vietnã. Isso influenciaria os preços do arábica, deixando-os abaixo dos patamares recordes já alcançados.
Os contratos de cacau, depois de uma manhã de estabilidade, fecharam o pregão da bolsa de Nova York a US$ 7.852 a tonelada, nesta segunda-feira (17/3). A queda foi leve, de 0,14%.
De acordo com dados da Trading Economics, o cacau caiu US$ 2.699,35 por tonelada, representando uma queda de 23,47% desde janeiro. A expectativa é de que a commodity volte a ser cotada a US$ 9.361,14 até o final de março, encerrando o trimestre em alta.
A volatilidade nos preços da amêndoa preocupa, diante da proximidade da Páscoa, período de maior consumo de chocolates. O contexto continua o mesmo. A África Ocidental - principalmente Costa do Marfim e Gana - respondem por 70% da produção mundial de cacau. As expectativas de safra melhoraram para 2025, porém o mercado segue instável.
O algodão fechou em queda de 0,52% na bolsa de Nova York nesta segunda-feira (17/3), a 68,24 centavos de dólar por libra-peso. Os recuos têm sido recorrentes na bolsa americana. A queda nos preços do petróleo adicionou pressão à commodity.
A consultoria Trading Economics, por exemplo, indicou que os papéis mais negociados ficaram abaixo de 67 centavos por libra-peso, recuando das máximas de três semanas alcançadas em 12 de março, devido ao fortalecimento do dólar e à realização de lucros após um relatório positivo de vendas semanais de exportação do USDA.
O suco de laranja concentrado congelado recuou 0,6% em Nova York, para o valor de US$ 2,5790 a libra-peso, no pregão desta segunda-feira, na bolsa de Nova York.
De acordo com o monitoramento da Trading Economics, a commodity caiu US$ 2,3794, ou 47,83% desde o início de 2025, de acordo com negociações em um contrato por diferença (CFD) que acompanha o mercado de referência para essa commodity, mesmo com os estoques da indústria próximos dos menores níveis globais (Globo Rural, 17/3/25)