Adama planeja investir US$ 50 milhões para ampliar sua produção no país
A israelense Adama, controlada pela chinesa ChemChina, pretende investir entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões para ampliar sua produção e se manter em expansão no Brasil nos próximos cinco anos. Até 2019, a empresa pretende implantar mais duas unidades de produção em seu complexo localizado em Londrina (PR), que já conta com três plantas, ao passo que em Taquari (RS) os planos preveem mais duas fábricas até 2020.
Com isso, a companhia espera sedimentar o terreno para que seu faturamento alcance US$ 750 milhões no mercado brasileiro em 2021. Menos que o projetado em 2014, quando a Adama previu receita de US$ 1 bilhão no país já no próximo ano, mas ainda assim um crescimento expressivo. Em 2017, serão cerca de US$ 570 milhões, 24% mais que em 2016 e valor equivalente a 18% das vendas globais da multinacional.
"Quando fizemos a projeção de US$ 1 bilhão, o mercado de defensivos estava em US$ 12 bilhões no país e esperávamos chegar em 2020 a US$ 14 bilhões. O setor passou por uma grande crise e vimos que isso não ia acontecer", disse Rodrigo Gutierrez, presidente da Adama no Brasil, durante evento em São Paulo. Em 2016, o setor movimentou US$ 9,56 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). Para este ano, as previsão são de queda.
Com os investimentos planejados, a companhia pretende elevar sua participação no mercado brasileiros dos atuais 5,1% para 7% em 2020. Do ano passado para cá, a empresa já investiu ao redor de US$ 10 milhões no Brasil, mas "o grosso" será investido daqui em diante, afirmou Gutierrez. Os aportes na ampliação da capacidade de produção no país são reflexo de uma estratégia de diminuir a dependência da importação de produtos chineses.
O fechamento de fábricas de produtos químicos na China tem provocado escassez no mercado. "Já não temos glifosato para vender faz uns três meses. O nosso acabou. O mercado inteiro não tem", afirmou. Segundo o executivo, a ideia é dobrar o número de ingredientes ativos produzidos no Brasil. "A gente vinha antevendo essa situação na China há algum tempo. Desde 2012 essas leis mais duras já existiam, mas só no ano passado o governo chinês passou a implantá-las".
A menor oferta chinesa ajudou a equilibrar os estoques nos canais de distribuição no Brasil, muito elevados no mercado como um todo no primeiro semestre. A Adama estima que o ano começou com estoques avaliados em US$ 3 bilhões, e que o valor cairá para US$ 2 bilhões no início de 2018. "Em volume, a redução foi muito maior", disse o executivo. Esses estoques elevados afetaram os resultados de todas as grandes múltis de insumos que atuam no país (Assessoria de Comunicação, 29/11/17)