Agrishow traz as ferramentas para o futuro de sucesso do agronegócio
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A vacinação em massa e o declínio da Covid-19, abriram caminho para o sucesso de mais essa edição da Agrishow, de 25 a 29/04, depois de dois anos sem este evento que tradicionalmente reúne os produtores e desenvolvedores da mais alta e eficiente tecnologia para a produção de alimentos e energia renovável no mundo.
Para se ter uma ideia do impacto positivo que este evento traz às cadeias produtivas do agronegócio, vale lembrar que a edição de 2017, trouxe o debate, pela primeira vez, do agronegócio digital, graças a iniciativa conjunta da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio e do BrasilAgro.
Inaugurou-se a Arena do Conhecimento da feira e permitiu que as primeiras iniciativas tecnológicas alavancadas pela internet e inteligência artificial fossem apresentadas aos produtores rurais. Já na edição de 2018, em praticamente todos os estandes da feira, os visitantes já encontravam soluções do agro digital, mostrando que a inovação no campo é um caminho sem volta
É grande a expectativa para o estágio dessas tecnologias pelos dois anos que não tivemos a feira, por força da necessária obediência aos protocolos de saúde determinados pelas autoridades sanitárias. Certamente os produtores terão grandes surpresas com as mudanças que possam implementar em suas propriedades rurais.
Foi, também, durante a pandemia que o agronegócio confirmou seu grande potencial para o desenvolvimento do Brasil, apresentando bons índices econômicos que refletiram nossa produção e produtividade.
A invasão da Ucrânia, a seca nos Estados Unidos, os novos focos da Influenza Aviária naquele país e na União Europeia, notadamente na França, oferecem oportunidades para ampliar e consolidar as redes de negócios do nosso agro.
Temos grandes desafios. O ESG orienta as boas práticas ambientais, sociais e de governança, princípios fundamentais que devem nortear as ações e decisões estratégicas, táticas e operacionais de uma organização para um desempenho sustentável, condição imprescindível para nosso sucesso em escala global.
O êxito da adoção desses valores no nível governamental brasileiro abrirá ainda mais as portas do mundo aos nossos produtores, aliando a melhor inteligência diplomática ao que já fazemos muito bem, produzir com eficiência e qualidade.
A desatenção a essa estratégia certamente nos trará mais prejuízos, razão pela qual nosso olhar para Brasília é fundamental.
A participação do Brasil na Conferência do Clima (COP26) em Glascow, Reino Unido, no final do ano passado, foi na direção errada, porque além dos números do próprio INPE, os países desenvolvidos dispõem das imagens mensuradas de seus satélites. O governo brasileiro teimou numa mentira infantil, comprometendo a credibilidade do nosso país. Temos que mudar isso! O avanço do desmate ilegal, dos incêndios nas áreas do cerrado, pantanal e da Amazônia, os garimpos clandestinos que saqueiam nossas riquezas minerais precisam ser energicamente combatidos. O agro que pesquisa e produz perde muito com isso. Somos uma potência agrícola também porque somos uma potência hídrica e esses biomas são essenciais ao nosso abençoado e gratuito regime de chuvas.
O desmonte do Ibama e o alívio às multas impostas aos criminosos que não trazem nenhum benefício à imagem do agronegócio brasileiro, ao contrário, estimula argumentos dos países que concorrem conosco na produção de alimentos e energia renovável e se aproveitem para impor barreiras nos organismos multilaterais aos nossos produtores responsáveis.
A tecnologia digital 5.0 do agronegócio nacional deve ser acompanhada por mudanças positivas nas questões que envolvam a sustentabilidade ambiental, social e de governança.
Nossas lideranças estão realmente comprometidas com essa estratégia de sucesso para o nosso Agro? Estamos de olho! (Marcos Papa (Podemos) é vereador e presidente da Comissão Permanente de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal de Ribeirão Preto)