AIE alerta que avanço da energia renovável ficará aquém da meta da ONU
Visão aérea de usina para captação de energia solar montada na China - Hu Huhu/Xinhua
Relatório prevê que capacidade aumentará em 5.500 GW, mas precisaria de mais 1.500 GW para atingir meta.
As fontes renováveis devem atender a quase metade de toda a demanda de energia elétrica até o final da década, mas ficarão aquém da meta da ONU de triplicar em capacidade para reduzir as emissões de carbono, mostrou um relatório da AIE (Agência Internacional de Energia) nesta quarta-feira (9).
O mundo deverá acrescentar mais de 5.500 gigawatts (GW) de capacidade de energia renovável até 2030, quase três vezes o aumento registrado entre 2017 e 2023, segundo o relatório Renewables 2024 da AIE.
O relatório afirma que o crescimento é equivalente à capacidade atual de energia da China, da União Europeia, da Índia e dos Estados Unidos juntos, mas não é suficiente para atingir a meta estabelecida na conferência climática da ONU COP28.
Para que o mundo triplique a capacidade, os governos precisam intensificar esforços para integrar as energias renováveis às redes elétricas.
Isso exige a construção e a modernização de 25 milhões de quilômetros de redes e o alcance de 1.500 GW de capacidade de armazenamento até 2030, informou a AIE.
A energia solar fotovoltaica deverá ser responsável por 80% do crescimento da capacidade de energia renovável até 2030. Também se prevê que o setor eólico se recupere e dobre sua taxa de expansão até 2030 em comparação com 2017-2023.
A expectativa é de que a capacidade global de energia solar seja superior a 1.100 GW até o final de 2024, mais do que o dobro da demanda estimada até então. Esse excesso de oferta ajudou a baratear os preços dos módulos solares, mas também significa que muitos fabricantes estão sofrendo grandes perdas financeiras, acrescentou o relatório.
Embora a meta da ONU seja um desafio, alguns governos estão atingindo suas metas: 70 países, que respondem por 80% da capacidade global de energia renovável, devem atingir ou superar suas metas de energia renovável para 2030 (Reuters, 9/10/24)