ALCOPAR: Tranin reeleito presidente da entidade
O engenheiro agrônomo Miguel Rubens Tranin (Foto) foi reeleito para um novo mandato de três anos – de 2019 a 2022 - à frente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), sediada em Maringá (PR).
Na presidência da entidade desde 2010, Tranin responde também pela liderança de quatro sindicatos ligados ao segmento industrial, nas áreas de produção de açúcar (Siapar), etanol (Sialpar), biodiesel (Sibiopar) e cogeração de energia elétrica a partir de biomassa e gás (Sibielpar). Com 27 estruturas industriais em operação nas regiões noroeste e norte do estado, onde estão presentes em mais de uma centena de municípios, o setor gera cerca de 40 mil postos de trabalho diretos.
A diretoria presidida por Tranin, referendada por representantes das indústrias associadas no dia 26 de abril,em Assembleia Geral na sede da Alcopar, é composta também pelo vice-presidente Moacir Meneguetti, o secretário Cristiano Mesquita, o tesoureiro Rogério Baggio e diretores suplentes Hélcio Rabassi, Constante Ometto, Samuel Meneguetti, Fernando Vizzotto e Tácito Júnior. No conselho fiscal, Paulo Meneguetti, Fernando Nardine e Waldenir Romani (efetivos), Júlio Meneguetti, Antonio Sérgio Bris e João Batista Meneguetti (suplentes).
RenovaBio
Segundo Tranin, as expectativas para o segmento de bioenergia, que há mais de uma década enfrenta dificuldades, são promissoras com a implementação do RenovaBio, o programa do governo federal que visa trazer maior previsibilidade e atrair mais investimentos e eficiência para o setor sucroenergético. "O RenovaBio será um marco para o país”, diz o presidente, enfatizando o comprometimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Ministério de Minas e Energia no processo de regulamentação e cumprimento de todos os prazos até o momento.
O presidente enfatiza que o RenovaBio é uma política moderna que levará o país a um outro patamar em relação à segurança energética, ampliando a participação de fontes de energia nacionais e renováveis, como é o caso do etanol. "Temos agora pela frente o trabalho de levantamento e organização das informações para certificação. Muitos players já iniciaram o processo para estar prontos até o fim do ano e começar a participar do RenovaBio em 2020”, acrescenta.
Cana e milho
No Paraná, ele vê também a retomada do plantio de cana para assegurar a estabilidade da produção às indústrias e, ao mesmo tempo, no país, um avanço significativo, nos próximos anos, dos biocombustíveis, com destaque para o etanol de milho.
A previsão da Alcopar é que a safra de cana-de-açúcar 2019/20 no estado, iniciada em abril, seja mais alcooleira, por conta dos atuais patamares de preços do petróleo e também as cotações deprimidas do açúcar. No ano passado, o combustível derivado da cana atingiu consumo recorde no Brasil, e que poderia ter sido maior não fosse pela assimetria na questão tributária.
Tranin explica que o etanol ainda é pouco consumido nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devido ao elevado nível de tributação, de 36%. Ele integra um movimento do setor bioenergético nacional que defende uma equalização das tarifas entre os estados, de 12%. Para se ter ideia, a frota de veículos do Rio Grande do Sul é maior que a dos estados do nordeste. Segundo Tranin, a reforma tributária, que deve vir após a da previdência, deve buscar a uniformidade nas tarifas.
Soja
Sobre o biodiesel, o percentual de adição de óleo de soja, atualmente de 10% no Brasil, pode ser ampliado, em breve, para 15% - reduzindo ainda mais o nível de poluição das emissões, sem alterar a funcionalidade dos motores.
O setor vê com preocupação, também, de acordo com o presidente da Alcopar, os investimentos que vêm sendo realizados por Argentina e Paraguai, para a produção de etanol de milho. Considerando as facilidades de exportação oferecidas no Mercosul, o risco é de que os dois países se transformem em concorrentes diretos, num futuro próximo.
Como em ambos a gasolina é vendida ao consumidor sem nenhuma edição de etanol, o setor pretende pleitear ao governo brasileiro que exija dos vizinhos a criação de uma política de adição, a exemplo do que ocorre no Brasil (Informe Paraná Cooperativo, 16/5/19)