Americanos obtêm mais carne bovina com rebanho menor
Legenda: Criação de gado em fazenda de Iowa, nos EUA
Produção de 2019 e 2020 deverá ser recorde, mas abate recua 6% em relação ao de 20 anos atrás.
O rebanho bovino dos Estados Unidos é bem menor do que o de há quatro décadas, mas a produção de carne avança e será recorde neste e no próximo ano, conforme estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Em 1975, o rebanho dos Estados Unidos foi o maior da história, com 132 milhões de animais. No ano seguinte, os americanos abateram 43 milhões bovinos e obtiveram a produção de 11,7 milhões de toneladas de carne.
Em 2002, a produção de carne bovina havia atingido o recorde de 12,3 milhões de toneladas, com o abate de 35,7 milhões de animais. Neste ano e no próximo, a produção deverá superar o patamar de 2002, atingindo 12,5 milhões de toneladas, mas com um abate 6% menor, segundo o Usda.
A obtenção de uma maior quantidade de carne com o abate menor de animais decorre de uma melhora nas práticas de reprodução no país e de uma eficiência na conversão alimentar do gado.
A genética também tem cooperado para que os produtores do país obtenham um gado com mais peso.
A produção de carne bovina aumenta em um momento em que os Estados Unidos e a China —esta com uma grande demanda por proteínas— estão em uma guerra comercial.
Uma das saídas para o produto americano será o Japão. Os dois países negociam um um acordo comercial com grandes chances de o produto dos EUA ganhar mercado no país asiático. A Austrália, grande fornecedora de carnes para a Ásia, tem queda de produção devido à seca que afetou o país.
Preocupação
Assim como o Brasil, a Argentina ampliou as exportações de carnes para a China. O aumento das vendas de proteína bovina argentina para os chineses tem sido, contudo, com um aumento dos abates de fêmeas.
Esse aumento de abate de fêmeas não é bem-visto por parte dos produtores porque pode interromper o crescimento do rebanho nos próximos anos (Folha de S.Paulo, 23/5/19)