Anec reduz previsões de exportações de soja e milho do Brasil em 2019
O Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira suas projeções de exportações de soja e milho do Brasil neste ano, apesar de volumes importantes da oleaginosa exportados para a China no primeiro trimestre.
A associação, que representa gigantes do agronegócio como ADM e Cargil, estimou as exportações de soja no ano em 67 milhões de toneladas, ante 73 milhões de toneladas em uma previsão divulgada no início de janeiro.
Em nota, a Anec não apresentou motivos para a redução na estimativa, em um ano em que a safra do Brasil, maior exportador global da oleaginosa, sofreu uma quebra em função da seca.
Mas a associação informou ainda que, para a abril, a programação de navios aponta embarques de 6,9 milhões de toneladas, ante mais de 10 milhões de toneladas no mesmo mês do ano passado.
Segundo a Anec, as exportações brasileiras de soja somaram 9,6 milhões de toneladas em março, redução de 12 por cento ante o mesmo mês do ano passado. Pelos dados do governo, contudo, os embarques aumentaram ligeiramente.
No acumulado do ano, as exportações de soja somam um volume de 18,3 milhões de toneladas embarcadas, 2,8 por cento acima do volume registrado no mesmo período em 2018, segundo a Anec.
Os embarques foram maiores no primeiro trimestre apesar de vendas mais lentas de produtores no início do ano. Mais recentemente, devido a um dólar mais forte, em torno de 4 reais, foram verificados mais negócios, segundo especialistas.
De acordo com a Anec, em março a China foi o destino de 6,7 milhões de toneladas, o que representa cerca de 70 por cento do volume total exportado no mês.
No acumulado do ano, as exportações de soja para a China somam 13,3 milhões de toneladas, cerca de 72 por cento do total. A Anec não forneceu dados comparativos com o ano anterior.
No ano passado, quando o Brasil foi beneficiado pela guerra comercial entre China e EUA, os brasileiros exportaram um recorde de cerca de 84 milhões de toneladas de soja.
MILHO
Em relação ao milho, a Anec estima agora exportações de 28 milhões de toneladas em 2019, ante 31 milhões previstos em janeiro.
“Entretanto, caso mantida e reforçada a implementação da lei de pisos mínimos (do frete), a exportação de milho no segundo semestre poderá sofrer grande impacto negativo, alterando essa projeção”, disse a Anec, lembrando que o controle do preço do frete afeta o setor.
Para abril, encontram-se programadas para embarque cerca de 370 mil toneladas de milho brasileiro, disse a Anec.
O total de milho exportado no último mês de março foi de 503 mil toneladas, cerca de 220 mil toneladas acima do volume embarcado em março de 2018.
No acumulado do ano, as exportações de milho somam 4,4 milhões de toneladas, o que representam um acréscimo de 34 por cento na comparação anual (Reuters, 2/4/19)