Apesar da quebra de safra,estoque de milho será de 10 milhões de toneladas
Produção, que atingiu 98 milhões de toneladas em 2017, recua para 82 milhões neste ano.
A segunda safra de milho avança, e o ano se mostra um período de intensa queda na área e na produção do cereal.
Os dados desta quinta-feira (9) da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) confirmam que, pela primeira vez em nove anos, haverá queda de área na segunda safra, que ocorre no período de inverno.
O órgão já havia detectado a menor área da história na primeira safra, a de verão. A Conab tem estatísticas de produção e de área de grãos desde a década de 1970.
A conjugação de área menor, de redução do uso de tecnologia na produção e de problemas climáticos vai levar o país a obter uma safra de apenas 82 milhões de toneladas, distante dos 98 milhões do período anterior.
Essa queda é compensada pela sobra de milho em 2017. Segundo a Conab, o país entrou nesta safra 18/19 com 17 milhões de toneladas de estoques. Os dados se referem ao fim de janeiro.
Mesmo com a quebra de produção, o Brasil poderá manter as exportações deste ano próximas de 30 milhões de toneladas e ainda chegar ao final de janeiro de 2019 com sobra de 10 milhões.
Nos sete primeiros meses, as exportações somaram 6,4 milhões de toneladas. A partir de agora, as vendas externas de milho se intensificam, enquanto as de soja se retraem.
A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) aponta o Irã como o principal parceiro do Brasil, com compras de 3,1 milhões de toneladas de janeiro a julho.
A Conab divulgou também nesta quinta-feira que a safra total de grãos deste ano deverá ficar em 229 milhões de toneladas. Esse volume é puxado pela soja, que atinge o recorde de 119 milhões.
Outro destaque é o algodão, cuja produção cresce 29% e vai a 2 milhões de toneladas de pluma. Alguns produtores acreditam em um volume ainda maior.
EUA
Os Estados Unidos, líderes mundiais em exportações de milho, venderam 46 milhões de toneladas neste ano fiscal (outubro a junho), um volume 4% superior ao de igual período anterior.
O México é o principal comprador dos americanos. Neste ano fiscal, já são 11 milhões de toneladas adquiridas. A seguir vem o Japão, com 9,4 milhões (Folha de S.Paulo, 10/8/18)