Apesar da quebra no RS, Brasil produz 155 milhões de toneladas de soja
Colheita de soja - Ascom Aprosoja.jpg
Por Mauro Zafalon
Os gaúchos produziram 36,7 sacas por hectare; os baianos, 67,4.
Com potencial para 160 milhões de toneladas, a safra de soja brasileira deste ano deverá ficar em 155 milhões. O Rio Grande do Sul, mais uma vez afetado por severa seca, terá uma produção 5 milhões de toneladas inferior à projetada inicialmente.
Os dados são do Rally da Safra, um programa anual de acompanhamento das lavouras feito pela Agroconsult. Nesta safra 2022/23, foram percorridos 40 mil km e avaliadas 1.050 lavouras.
A safra brasileira de soja, que dava sinais de mais um ano complicado e com quebras, acabou se recuperando em várias partes do país. Com isso, a quebra do Rio Grande do Sul foi compensada pela produtividade média recorde em oito estados produtores.
Enquanto os gaúchos tiveram produtividade média de apenas 36,7 sacas por hectare, os baianos conseguiram 67,4. Os paranaenses, que também estiveram na linha da seca, obtiveram 63,1 sacas.
A produtividade média do país atingiu 59,1 sacas por hectare, um volume elevado, mas ainda inferior às 59,4 da safra 2020/21.
A supersafra deste ano, no entanto, traz um desafio para o setor. As vendas estão atrasadas, e o escoamento de um volume tão grande trará dificuldades, segundo os analistas da Agroconsult.
Ao contrário do Brasil, a Argentina foi afetada por severa adversidade climática. A produção dos argentinos recuará para apenas 25 milhões de toneladas, 24 milhões abaixo do volume estimado inicialmente.
Há quebra também no Paraguai, que produz 9,5 milhões de toneladas. Com isso, a safra dos três países, estimada em 213 milhões, deverá ficar em 190 milhões, segundo a consultoria.
A produção mundial da oleaginosa sobe para 367,5 milhões de toneladas, mas é inferior ao consumo de 370,1 milhões.
Com uma produção tão elevada, o Brasil tem potencial para exportar 96,1 milhões de toneladas, 22% a mais do que no ano passado. Na safra anterior, a produção nacional foi afetada por seca e ficou pelo menos 20 milhões de toneladas abaixo do esperado.
Para o milho, a consultoria estima em 28,3 milhões de toneladas a safra de verão e em 97,2 milhões a de inverno. Se as condições climáticas favorecerem, a safra total deverá atingir 125,5 milhões de toneladas, dando um potencial de exportação recorde de 51,9 milhões de toneladas ao país (Folha de S.Paulo, 22/3/23)