17/01/2020

Apesar do acordo, soja cai nos Estados Unidos

Apesar do acordo, soja cai nos Estados Unidos

Legenda: Centro de Pesquisa e Tecnologia do Oeste Baiano realiza estudos com uso de Pivô de irrigação em terras destinadas à soja no Matopiba; Soja recua pelo segundo dia seguido na Bolsa de Chicago

 

No Brasil, dólar e compras chinesas seguram os preços.

O mercado não está acreditando muito na assinatura do acordo entre Estados Unidos e China. A soja, um dos principais itens envolvidos nas negociações, recuou pelo segundo dia seguido na Bolsa de Chicago.

contrato de março fechou em US$ 9,24 nesta quinta-feira (16), com recuo de 2% em relação ao valor do dia anterior ao da assinatura do acordo.

Dois motivos para a queda. Primeiro, não há uma definição de quanta soja os chineses deverão comprar dos americanos.

Em segundo lugar, o dólar elevado no Brasil torna o produto brasileiro mais atraente para os chineses. Mesmo com a assinatura do acordo, eles continuavam adquirindo soja brasileira nesta quinta-feira.

Internamente, o prêmio pago pelo produto brasileiro nos portos e os preços no campo tiveram poucas variações. Em Sorriso (MT), a saca foi negociada a R$ 73,75 nesta quinta, segundo a AgRural.

A avaliação nacional dos reflexos do acordo da chamada "fase um" entre Estados Unidos e China ficou muita focada na soja.

A oleaginosa é um dos principais produtos agrícolas importados pela China, mas a não determinação do volume no acordo dá margem para os chineses buscarem outros mercados fornecedores.

A gama de produtos importados pela China dos Estados Unidos é muito grande e os chineses vão diversificar essas compras para não ficarem presos a poucos produtos —como a soja— e, consequentemente, a preços elevados.

Os negociadores já avisaram que se comprometem a comprar mais dos Estados Unidos, mas com preços de mercado. Não deixarão, segundo eles, os parceiros tradicionais.

Os US$ 12,5 bilhões deste ano a serem elevados às importações de US$ 24 bilhões de 2017 deverão vir não apenas de commodities agrícolas, mas também de produtos de maior valor agregado, uma necessidade crescente na China com a urbanização e o aumento médio de renda (Folha de S.Paulo, 17/1/20)