Após forte queda, emprego começa a melhorar no campo
Recuperação, porém, não devolve patamar da população ocupada de 2019, segundo o Cepea.
O setor de trabalho da agropecuária vinha registrando, como em tantos outros, os efeitos da pandemia, provocada pela Covid-19.
No trimestre terminado em maio, o setor havia registrado os piores números. No trimestre terminado em junho, o mercado de trabalho começou a sinalizar para uma estabilidade, em relação ao imediatamente anterior. Já no período terminado em julho, parou de cair, e teve alta de 1%.
Apesar dessa recuperação no trimestre móvel terminado em julho, a população ocupada no campo ainda é bem menor ao que deveria ser neste período do ano.
É o que aponta o boletim de mercado de trabalho da agropecuária brasileira do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Para chegar aos números de ocupação no campo, o Cepea toma como base as informações da Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O boletim com média móvel trimestral foi criado pelo Cepea para um acompanhamento melhor da população ocupada no campo durante a pandemia.
No período de maio a julho, a população ocupada voltou a 8 milhões de pessoas na agropecuária, 1% acima da do trimestre imediatamente anterior.
Embora apresente esses sinais de melhora, a população ocupada do setor é 6,9% inferior à de igual período do ano passado. A agropecuária ainda tem 599 mil pessoas a menos do que em igual período de 2019.
Mesmo com a recuperação em relação ao trimestre imediatamente anterior, o período de maio a julho ainda tem 310 mil trabalhadores a menos do que deveria ter neste período do ano, considerando a sazonalidade. Isso significa que os efeitos do choque da Covid-19 ainda persistem no mercado de trabalho da agropecuária.
Os dados do Cepea mostram que os trabalhadores mais afetados nesta pandemia foram os com perfis mais vulneráveis: sem carteira assinada, com menor escolaridade e mulheres (Folha de S.Paulo, 2/10/20)