Aprosoja vai ao Cade contra moratória de soja na Amazônia
O presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira (Foto) , confirmou ao Broadcast Agro que o questionamento dos produtores à Moratória de Soja no Bioma Amazônico deve ser feito via Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
"Nós temos que respeitar as leis brasileiras e as empresas também. O governo nos sinalizou apoio total através da AGU, da Casa Civil, para que possamos tomar uma iniciativa", disse Pereira. "E nossa iniciativa é trabalhar junto ao Cade nessa concorrência que só favorece a eles (empresas) e não aos produtores. Nós poderíamos estar trabalhando em uma forma de organização que mostrasse que não existe soja mais sustentável no mundo do que a nossa."
Segundo Pereira, a moratória impõe ao produtor um "ônus maior do que ele já tem". "Nós já temos um ônus muito grande, que é a reserva legal. No Bioma Amazônia, é de 80%." Segundo ele, compradores citam a exigência do mercado europeu, mas a maior parte do volume exportado de soja vai para a Ásia. "Eles falam que não vão comprar soja de nós, então vão comprar soja de quem? Quem tem soja mais sustentável que o Brasil, a Argentina, os Estados Unidos? Não existe."
Conforme Pereira, ainda não há prazo definido para entrada com o recurso no Cade. "Nós estamos com um estudo quase pronto, tem que ser bem embasado juridicamente para a gente apresentar isso", afirmou. Segundo ele, com as restrições da moratória, compradores estão fazendo reserva de mercado.
"Estamos mostrando que não precisamos dar mais esse ônus ao produtor. Nós já temos uma produção sustentável e não existe outra igual no mundo." A Aprosoja busca demonstrar que a soja é vetor de desenvolvimento e sustentabilidade no Norte do País, usando como base os dados divulgados pela Embrapa sobre uso da terra e preservação ambiental em propriedades do Brasil, entre outras informações (Broadcast, 7/11/19)