Aquicultura, uma nova fronteira de proteínas
Por Aparecido Mostaço
Estimular o consumo de peixe é contribuir com uma vida saudável.
Comer peixes faz bem à saúde. Eles são fontes de todos os aminoácidos essenciais que ajudam a formar as proteínas necessárias para o crescimento e manutenção do corpo humano, além de fontes de ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras boas.
E devido à sua grande concentração de nutrientes, vitaminas, minerais e proteínas complexas como iodo, o peixe é considerado um dos alimentos mais saudáveis.
Ele é também uma das melhores fontes de ácidos graxos ômega-3, muito importante para o funcionamento do corpo e do cérebro. Vários estudos têm mostrado que pessoas que consomem peixe regularmente têm menor risco em sofrer ataque cardíaco ou derrame.
Pois bem, se os estudos e os argumentos são tão favoráveis, por quê ainda consumimos tão pouca quantidade de peixes?
Segundo o IBGE, o brasileiro consome em média 9,5 kg de peixe por ano, ante uma média mundial de mais de 20 kg/habitante/ano. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), por sua vez, recomenda que o ser humano ingira no mínimo 12 kg por habitante ano.
A explicação para o baixo consumo, vem da própria cultura de consumo do brasileiro, mais acostumado às carnes de gado, frango e suíno.
Dos 9,5 kg per capita consumidos hoje, apenas 1/3 é de peixes de cultivo produzidos no Brasil. A maior parte é cultivada em outros países, entre elas o panga e o salmão.
Mesmo assim, no segmento de psicultura, o Brasil está entre os 15 maiores produtores do mundo, uma competente cadeia produtiva que vem se consolidando e, segundo a PEIXE BR, gera 1 milhão de empregos diretos em todo o Brasil.
A produção de peixes cultivados no Brasil é a atividade zootécnica que mais vem crescendo no país nos últimos 10 anos e atingiu 722.560 mil toneladas em 2018, crescimento de 4,46% em relação à 2017.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização da Alimentação e Agricultura da ONU (FAO), em 2018 foram produzidas 84 milhões/t de peixes de cultivo em todo o mundo
A tilápia é uma das mais importantes espécie de peixes cultivados no Brasil, representa 55,4% do mercado, com 400.280 toneladas em 2018.
Esse resultado, mantém o Brasil entre os quatro maiores produtores de tilápia do mundo, atrás apenas de China (com 1,86 milhão de toneladas) , Indonésia (1,25 milhão de toneladas) e Egito (860 mil toneladas).
Cabe ressaltar, que além de saudável o peixe é um importante fator de desenvolvimento para a economia do Brasil, em suas diversas regiões, gerando emprego, renda e progresso.
O setor psicultura é uma atividade que movimenta mais de R$ 5,067 bilhões/ano no Brasil, resultado de 2018, e consome mais de 900 mil toneladas de rações, que é responsável pelo movimento de R$ 1,2 bilhão/ano.
E segundo relatório da FAO/ONU, estima que o Brasil registrará um crescimento de 104% na produção da pesca e aquicultura até 2025.
Do ponto de vista de produtividade e sustentabilidade, o setor de aquicultura também tem fortes diferenciais, segundo Francisco Medeiros, da PEIXE BR, para engordar 1 kg de bovino, gasta-se de 6 a 7 kg de ração. Uma ave, 2 kg de ração. Para o peixe hoje se trabalha com 1,2 ou 1,3 kg de ração.
Portanto, o peixe de cultivo tem chamado muito a atenção devido às suas características positivas, como propriedades nutricionais e baixo impacto ambiental.
A nova fronteira do segmento, passa pela experiência consistente e diferenciada dos profissionais que atuam no setor, do novo perfil de investidores, com práticas consolidadas de gestão e governança moderna, pela utilização da melhor tecnologia disponível na fabricação de alimentos para peixes, tudo isso alinhado com ações estratégicas que valorizam o produto final e conscientizam de sua importância para uma vida saudável e permitem criar um ciclo de crescimento virtuoso. Portanto, que tal colocar em sua dieta, um bom filé de peixe? (Aparecido Mostaço - CEO da Energia Humana Consultoria é m embro Conselho de Administração de várias empresas do agronegócio)