Área de plantio de grãos tem o menor crescimento em seis anos
Imagem área de colheita de soja no sul do Brasil. Foto Diego Vara - Reuters
Rondônia, nova fronteira agrícola, terá evolução de 11% e lidera crescimento.
O crescimento da área de plantio de grãos desta safra 2024/25 perde força em relação ao ritmo que vinha obtendo nos anos recentes.
A área a ser ocupada com o plantio terá crescimento de apenas 0,6%, a menor evolução em seis anos. Nos anos de 2022 e de 2023, o aumento de área chegou a 7% em cada período.
Os números fazem parte do primeiro diagnóstico da safra 2024/25 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (14).
Pelas contas do IBGE, poucos estados vão elevar a área de produção, com a maioria mantendo ou até reduzindo o espaço dedicado à agricultura. Rondônia, nova fronteira agrícola, é o destaque entre os que crescem. A área de plantio deverá aumentar 11% no estado. Rio Grande do Sul vem a seguir, crescendo 3,2%.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o IBGE divulgaram estimativas de safras para 2025 nesta quinta-feira. O IBGE espera uma produção de 311 milhões de toneladas de grãos, abaixo dos 322 milhões da Conab.
A diferença entre os dois órgãos começa pelos grandes números. Considerados apenas soja, milho e arroz, produtos que representam 92% de toda a safra nacional, a estimativa da Conab aponta um volume de 298 milhões de toneladas para o próximo ano. Já a previsão do IBGE é de 287 milhões para esses mesmos produtos.
Esses números ainda vão passar por avaliações mensais até outubro do próximo ano. O IBGE informa que as estimativas atuais são provenientes de 29% de constatações em campo, mas os demais 71% ainda são previsões.
Por ora, 6 milhões de toneladas de diferença separam as estimativas de safra de soja dos dois órgãos para 2024/25. A Conab prevê 166 milhões, e o IBGE, 160 milhões. Apenas para Mato Grosso, líder nacional, a diferença de produção é de 3 milhões de toneladas a mais nos números da Conab.
Outros 4 milhões de toneladas de diferença ficam para as estimativas do milho. Prevendo volume maior do que o do IBGE, a Conab estima 120 milhões para o cereal. No arroz, a diferença é de 1 milhão a mais para a Conab, que estima produção de 12,1 milhões.
Nos cálculos do IBGE e da Conab, as produções de arroz e de feijão, alimentos básicos no dia a dia do consumidor, serão suficientes para o consumo interno. Na avaliação da Conab, os estoques de passagem da safra de 2023/24 para a de 2024/25 melhoram.
O saldo da oferta interna de arroz vai depender dos preços e da demanda do mercado externo, uma vez que o Brasil passou a ser exportador do cereal. No caso do feijão, há pouco movimentação da leguminosa com o mercado externo.
Assim como ocorreu nos últimos anos, o clima vai ser fundamental para a concretização dessas estimativas. O IBGE prevê 17,2 milhões de toneladas a mais de grãos em 2025, em relação a 2024. Neste ano, no entanto, o volume foi 21,6 milhões abaixo do de 2023, devido ao clima (Folha, 16/11/24)