Área de soja deve crescer 2 mi de hectares no Matopiba em 10 anos
A área de plantio de soja tende a crescer 2 milhões de hectares na região agrícola do Matopiba composta pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia nos próximos dez anos mas este avanço representa apenas 10% do potencial de expansão, disse a Agroconsult nesta quinta-feira.
Segundo o sócio-diretor da consultoria, André Pessôa, o Matopiba conta com 95 milhões de hectares, dos quais somente 5 milhões são utilizados com agricultura.
“É uma atuação muito preliminar perto do potencial que essa região tem”, disse o executivo durante webinar promovida pelo instituto Insper e o Itaú BBA.
Ele acrescentou que nas principais áreas de fronteira do país ainda há disponibilidade de terra para expansão de plantio, com capacidade para sustentar o crescimento da agricultura pelos próximos anos.
No caso do Matopiba, a ampliação de 2 milhões de hectares em soja, apenas “10% do potencial que teria na região”, afirmou Pessôa, seria sobre áreas de pastagem e cerrado.
A consultoria estima que o plantio de soja no Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deverá aumentar 1,1 milhão de hectares na temporada 2020/21 que começa a ser plantada neste mês, para 37,9 milhões de hectares, o que resultaria em uma produção recorde de 132,6 milhões de toneladas.
O grande avanço na semeadura da oleaginosa desta safra é esperado justamente para o Matopiba.
Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo também devem registrar crescimentos significativos.
Olhando para o retrato do uso de terras no país, Pessôa disse que boa parte das expansões de áreas de plantio tem sido poupada pela utilização do mesmo espaço com o cultivo de mais de uma safra.
A média nacional indica que 42% das áreas agrícolas tiveram mais de uma cultura plantada na mesma lavoura, em períodos diferentes, durante o ciclo de 2019/20.
No Centro-Oeste, onde as lavouras de soja ou milho de verão dão lugar ao algodão ou milho na segunda safra, este percentual sobe para cerca de 60%. No Matopiba, o número fica em torno de 40%
“Temos poupado muita expansão de terra porque usamos mais ativamente as áreas cultivadas”, completou Pessôa (Money Times com Reuters, 3/9/20)