12/06/2019

Argentina exporta mais carne para a China, mas potencial está no limite

Argentina exporta mais carne para a China, mas potencial está no limite

Até abril, 70% das vendas foram para os chineses, mas abate de fêmeas é recorde e compromete rebanho.

A Argentina tem boas chances de ganhar mercado com exportações de carne bovina para a China enquanto o Brasil estiver fora desse país asiático. Deverá ser por pouco tempo, no entanto.

O avanço argentino tem limites. De cada dez quilos de carne exportados pelos argentinos, sete já vão para os chineses.

De janeiro a abril, as exportações do país vizinho para a China somaram 93 mil toneladas de carne sem osso, 91% mais do que em igual 2018. As exportações totais atingiram 134 mil toneladas.

Os dados são da Ciccra (Câmara da Indústria e Comércio de Carnes), que aponta uma forte recuperação das vendas argentinas de carne bovina nos últimos anos.

A Argentina vem ganhando espaço no mercado externo devido ao aumento da demanda chinesa e a um recuo do consumo interno, que foi de 11% nos cinco primeiros meses deste ano.

A produção de carne bovina caiu 4% no período, e o consumo per capita teve baixa de 8%, para 50,5 quilos por habitante ao ano.

Um avanço maior das exportações é perigoso porque o país já está em um limite recorde de abate de fêmeas. De janeiro a maio deste ano, o abate de vacas superou em 8% o de igual período de 2018. O de bois caiu 12% no mesmo período.

A eliminação de fêmeas em ritmo mais intenso, como vem ocorrendo, pode comprometer o rebanho do país nos próximos anos (Folha de S.Paulo, 12/6/19)