30/10/2024

Argentina retoma liderança na exportação de farelo de soja

Argentina retoma liderança na exportação de farelo de soja

Máquinas durante colheita de soja na cidade de Chacabuco, na Argentina. Foto Enrique Marcarian - Reuters

 

Líder em 2023, Brasil fica com a segunda posição, seguido dos Estados Unidos.

A liderança mundial do Brasil nas exportações de farelo de soja durou apenas um ano. A Argentina voltou a assumir esse posto com a recomposição interna da produção da oleaginosa.

Após a forte quebra da safra 2022/23, que ficou próxima a 22 milhões de toneladas, a produção e exportação de farelo estão voltando ao normal.

Com isso, os argentinos já colocaram 19,9 milhões de toneladas de farelo no mercado externo neste ano, um volume superior ao de todo o período de 2023, quando haviam exportado 16,2 milhões.

A produção de soja deles é de 50 milhões de toneladas, e a capacidade de exportação de farelo atinge 25 milhões de toneladas, como ocorreu em 2022.

O Brasil perde a liderança, mas eleva o patamar de vendas externas. Nos nove primeiros meses deste ano já foram 17,2 milhões de toneladas, o maior volume até então para o período.

As exportações brasileiras deverão atingir 21,5 milhões de toneladas neste ano, segundo estimativas da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Se confirmado, esse volume fica próximo do de 2023.

Os Estados Unidos, embora tenham o segundo maior volume de produção mundial de soja, exportam menos farelo do que Brasil e Argentina.

Os dados disponíveis do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam vendas externas de 9,4 milhões de toneladas de janeiro a agosto. Durante todo o ano passado, comercializaram 14 milhões de toneladas.

O Brasil eleva a disponibilidade de farelo de soja porque a o processamento da oleaginosa aumenta ano a ano. De 50,9 milhões de toneladas há duas safras, já está em 54,5 milhões atualmente.

O maior processamento se deve à demanda por óleo de soja e por farelo. A elevação da taxa de mistura de biodiesel ao diesel exigiu mais óleo de soja na produção do biocombustível. Já a maior produção interna de proteínas e o aquecimento da demanda externa abriram novos caminhos para o farelo.

Pelas contas da Abiove, o Brasil aumenta o volume das vendas de derivados de soja, mas recebe menos, devido à queda dos preços.

As receitas com o farelo, que atingiram US$ 11,6 bilhões em 2023, deverão recuar para US$ 9 bilhões neste ano. As com óleo, que somaram US$ 2,5 bilhões no ano anterior, caem para US$ 1,1 bilhão neste (Folha, 30/10/24)