Argentina tem menos trigo para vender, e Brasil exporta mais
TRIGO Unsplash@nadine
Estoques dos Estados Unidos caem para o menor patamar desde 2007/08, segundo o Usda.
A seca provoca uma queda de produtividade nas lavouras de trigo dos argentinos, e a safra deste ano deverá recuar para 17,5 milhões de toneladas, a menor em cinco anos.
Diante desses novos números, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou a projeção de vendas externas dos argentinos para 12,5 milhões de toneladas neste mês, 1 milhão a menos do que previa em setembro.
Já para o Brasil, devido ao recorde da safra nacional, próxima de 10 milhões de toneladas, a estimativa é de exportações de 3,5 milhões na safra 2022/23.
Os preços do trigo, que vinham recuando desde junho, voltaram a subir e, nesta quinta-feira (13), o contrato de dezembro esteve em US$ 8,92 por bushel (27,2 kg) em Chicago, com alta de 1,1% no dia.
Os preços do cereal passaram a ser afetados por incertezas no Mar Negro e por estoques baixos em países exportadores. Nos Estados Unidos, o volume deverá cair para o menor patamar desde a safra 2007/08. Já a Rússia terá os maiores estoques em 30 anos.
O preço médio da tonelada foi a US$ 459 nos Estados Unidos e a US$ 420 na Argentina, segundo o Usda. Houve alta também nos preços do produto no Canadá e na União Europeia.
Na Austrália e na Rússia, as altas foram menos acentuadas porque os países tiveram boas safras. Os russos, além da colheita recorde, terão dificuldades em colocar o produto no mercado externo, devido a embargos comerciais.
Para o Reino Unido e União Europeia, o Usda prevê estoques menores, mas consumo maior, principalmente devido a uma troca de parte do milho usado na ração por trigo.
A estimativa de exportação da União Europeia, que terá uma safra maior, subiu para 35 milhões de toneladas; a dos Estados Unidos, com produção menor, caiu para 23 milhões. O Brasil importará 6,2 milhões, segundo o Usda (Folha de S.Paulo, 14/10/22)