Arroz: Análise agromensal Cepea/Esalq
Em abril, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, subiu expressivos 8,54%, o maior aumento desde junho de 2016 (14,6%), fechando a R$ 42,97/sc de 50 kg no dia 30 de abril. A média do mês, de R$ 41,65/sc de 50 kg, está 6,29% maior que a de março/19 e 8,94% superior à de abril/18 (valores atualizados pelo IGP-DI de março/19).
Beneficiadoras se mantiveram ativas no mercado para novas aquisições de arroz em casca, seja de depositado ou de arroz “livre” (armazenado nas propriedades rurais) – neste caso, inclusive, ofertando preços para adquirir arroz em outra região mais distante. De acordo com indústrias consultadas pelo Cepea, a venda de arroz beneficiado aos grandes centros consumidores esteve boa em abril, especialmente na segunda quinzena.
Entretanto, na última semana, as negociações ficaram mais lentas, devido à “queda de braço” no repasse das altas do casca para o fardo. Beneficiadoras do Rio Grande do Sul demonstraram maior interesse para os rendimentos entre 59% e 62% de grãos inteiros, ofertando valores apenas para estes rendimentos. Assim, o preço médio no estado subiu 10,1%, fechando a R$ 44,34/sc de 50 kg no dia 30.
Do lado produtor, alguns orizicultores estiveram presentes no spot, comercializando lotes para cumprir com os compromissos de safra, mas mediante o aumento nos valores ofertados pela indústria. Já outros “fizeram caixa” com outras commodities, além daqueles que estão buscando fazer EGF (Empréstimo do Governo Federal).
Chuvas foram registradas em algumas regiões do RS, como Planície Costeira Interna e Campanha, retardando as atividades de colheita (de arroz ou soja) e também os carregamentos de lotes já negociados. Quanto à colheita, de acordo com a Emater/RS, atingiu 92% da área semeada no Rio Grande do Sul até 25 de abril.
Regionalmente, a atividade na Zona Sul atingiu 90% da área semeada; no Litoral Norte do Estado, 78%; na região Central, 87% e, no Vale do Rio Pardo, 73%. O Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), por sua vez, aponta que a colheita no RS atingiu 90% da área semeada até 25 de abril, alcançando 914,2 mil hectares dos 984 mil semeados. Na dianteira está a Zona Sul, com 98,8% da área semeada, dos 155,6 mil hectares; seguida pela Planície Costeira Externa, com 94,9% (área total de 112,7 mil ha).
Na Campanha, a atividade atinge 93,1% do total 140,3 mil ha. Na Planície Costeira Interna, chegou a 91,4% (de 138,6 mil ha); na Fronteira Oeste, em 89,9%, dos 301,4 mil hectares semeados e, na Depressão Central, em 74,9% (de 135,2 mil hectares). O sétimo levantamento de grãos da Conab, divulgado no dia 11 de abril, indica produção brasileira 2018/19 de 10,65 milhões de toneladas, 11,7% menor que a da temporada anterior.
De março para abril, a produtividade média aumentou para 6.247 kg/ha, 2,1% maior que a da safra 2017/18; enquanto a área semeada foi revisada para baixo, a 1,7 mil hectares (- 13,5%). No Rio Grande do Sul, a colheita 2018/19 está estimada em 7,47 milhões de tonelada, queda de 11,7% frente à safra anterior, com retração de 7,1% na área semeada e de 4,9% na produtividade média.
MERCADO EXTERNO
De março para abril, os volumes exportados e importados caíram. Em abril, as saídas totalizaram 128,5 mil toneladas, 19,1% inferior a março – na parcial de 2019 (jan-abr), a quantidade vendida pelo Brasil está em 513 mil toneladas, 16,5% menor que a do mesmo período de 2018. Em relação à importação, o volume foi de 70,9 mil toneladas, queda de 8,5% frente a março – no acumulado de 2019 (jan-abr), as compras brasileiras somam 264,6 mil toneladas, 5,3% maior que nos primeiros quatro meses de 2019.
Desta forma, na parcial de 2019 (jan-abr), a balança comercial do arroz está superavitária, em 248,3 mil toneladas, volume inferior aos 362,7 mil t do mesmo período de 2018. Em abril, todos os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) registraram queda, após aumento em março. Entre 29 de março e 30 de abril, o vencimento Maio/19 recuou 4,9%, fechando a US$ 10,275/quintal (um quintal equivale a 45,36 quilos, ou seja, US$ 11,541/sc de 50 kg) no dia 30 de abril.
O contrato Julho/19 caiu 3,9%, para US$ 10,580/quintal no mesmo período; e o vencimento Set/19, 2%, passando para US$ 10,720/quintal. Nos Estados Unidos, dados do USDA referentes à safra 2018/19 apontam que 38% da área foi semeada para o cultivo até o dia 29 de abril, inferior à média dos últimos cinco anos, de 57%. Quanto ao desenvolvimento das lavouras, o USDA indica que 27% já emergiram, também abaixo do período de 2014-2018, de 37% (Assessoria de Comunicação, 8/5/19)