Arroz: Análise Agromensal Cepea/Esalq Outubro/19
O preço do arroz em casca apresentou alta em outubro. Isso porque as constantes chuvas no Rio Grande do Sul dificultaram o transporte das cargas de arroz “livre”, afastando parte dos orizicultores do spot. Além disso, outros agricultores, voltados para a lavoura, se ausentaram das negociações em algumas regiões, comercializando apenas perante a valores superiores aos estimados no mercado.
Do lado comprador, indústrias estiveram cautelosas em relação a novas aquisições, atentas aos valores ofertados pelos setores atacadista e varejista dos grandes centros consumidores. Entretanto, para se manterem ativas no mercado, houve maior intenção de compra de algumas empresas, que elevaram pontualmente seus preços, principalmente na primeira quinzena do mês.
Em outubro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, fechou com média de R$ 45,93/sc de 50 kg, 1,2% superior à média de setembro/19 (valores atualizados pelo IGP-DI de set/19). No comparativo de outubro/18, o preço médio também subiu, em 2,7%. Diferente do observado em setembro, em outubro, a intensidade da semeadura foi menor, devido às chuvas em todas as regiões no período e até mesmo enchentes em parte do Rio Grande do Sul.
Orizicultores demonstraram preocupação quanto aos possíveis danos às lavouras e, inclusive, à produtividade da safra, o que pode influenciar as cotações nos próximos períodos. Dados do Irga (Instituto Rio Grandense de Arroz) apontam que, no mesmo período do ano passado, o semeio já havia atingido 70% da área planejada.
No entanto, para esta temporada, apenas 54,9% da área prevista foi semeada, somando 519,261 hectares frente ao total previsto, até o momento, de 946.326 ha na temporada 2019/20. O maior avanço ainda é representado pela região da Fronteira Oeste, com 79,86% da área semeada, a Campanha, com 58%, Depressão Central, 13%, a Planície Costeira Interna, 48%, a Planície Costeira Externa, 21% e a Zona Sul, com 69%.
MERCADO EXTERNO
As exportações brasileiras de arroz, em outubro, segundo a Secex, ficaram 15,4% inferiores frente a setembro/19, somando 82,02 mil toneladas. Quando comparado com o mesmo período de 2018, a queda foi de 46,3%. As importações nacionais de arroz, por outro lado, cresceram 23,3% entre os dois últimos meses, a 107,12 mil toneladas, ficando 12% inferiores em relação a outubro/18.
Em relação às estimativas de oferta e demanda da FAO, seguem em linha com o divulgado em setembro, apontando uma produção mundial de arroz na safra 2019/20 de 513,5 milhões de toneladas. O consumo pode atingir um recorde de 516,4 milhões de toneladas, enquanto os estoques devem somar 179,3 milhões de toneladas.
Quanto aos preços, o Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação de arroz), referente ao mês de outubro, registrou declínio de 1%, indo para 225,1 pontos. Esse movimento foi reflexo da desaceleração do interesse variedades especificas do grão (Assessoria de Comunicação, 7/11/19)