08/07/2020

Arroz: Análise Agromensal Cepea/Esalq/USP Junho/2020

Proteção eficaz para a lavoura de arroz - Acredite no Arroz

Os negócios de arroz em casca no Rio Grande do Sul estiveram fracos em junho. Compradores consultados pelo Cepea se mostraram mais retraídos, devido à insatisfação quanto ao volume de venda de arroz beneficiado e à “queda de braço” em relação aos valores do fardo junto aos setores atacadista e varejista.

 

Produtores, por outro lado, mais ativos em algumas semanas do mês, aumentaram a disponibilidade de seus lotes, atentos à possível queda nos preços domésticos e à oscilação cambial. Apesar disso, as negociações foram pontuais, por causa dos elevados volumes adquiridos anteriormente pelas beneficiadoras.

 

O menor ritmo das vendas em junho pode ser justificado também pelo recorde no beneficiamento e nas negociações em maio/20, que atingiram 829 mil toneladas, de acordo com o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) – em relação ao mesmo período de 2019, esse volume é 33,5% superior (621 mil t).

 

Segundo agentes consultados pelo Cepea, as comercializações acima da média podem representar um estoque maior no atacado e/ou varejo, diminuindo a necessidade de novas aquisições. Vale ressaltar que os recursos que foram inseridos na economia, via auxílio-emergencial do Governo Federal, refletiram nas negociações do setor em maio e início de junho.

 

Apesar desse cenário, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), registrou alta de 2% em junho frente a maio, fechando o mês com média de R$ 61,92/sc de 50 kg. Em relação a junho/19, o aumento é de expressivos 40,80%.

 

Os preços no varejo seguiram em alta, assim como o produto em casca. Dados do IBGE para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apontaram que, entre 15 de maio e 15 de junho deste ano, as cotações médias do arroz subiram 1,72% em relação à média de 15 de abril a 14 de maio de 2020.

 

Nos últimos 12 meses, a variação do Índice quanto ao arroz acumula aumento de 11,06% na média nacional, oscilando entre 5,47% e 16,09% entre as 11 regiões metropolitanas consideradas pelo IBGE. Em Mato Groso, as cotações de arroz em casca também estiveram em alta em junho. Apesar de a colheita ter sido encerrada entre o final de maio e começo de junho, segundo colaboradores do Cepea, a demanda pelo produto matogrossense seguiu aquecida, se sobressaindo à oferta disponível, uma vez que produtores priorizam a colheita do milho segunda-safra neste período do ano.

 

Em outros casos, algumas indústrias locais priorizaram negociar apenas o arroz depositado. Desta forma, considerando-se os grãos de rendimento entre 50 e 57% de grãos inteiros, a cotação média do estado foi de R$ 70,25/sc de 60 kg em junho, aumento de 3,4% frente à média de maio/20. Já para o rendimento de 58%, o valor médio de junho ficou em R$ 70,76/sc de 60 kg, praticamente estável (+ 0,25%) em relação ao mês anterior.

 

SECEX

Em junho, as exportações brasileiras de arroz ficaram 25% superiores em relação ao mês anterior, somando 316,24 mil toneladas, segundo a Secex. As importações nacionais do cereal cresceram 33% no mês, totalizando 73,52 mil t.

 

Neste ano, a expectativa é de crescimento de 10,2% no volume de arroz exportado pelo Brasil, porém, os baixos estoques devem limitar esse aumento. Em relação às importações, devem seguir firmes,segundo a Conab (Assessoria de Comunicação, 7/7/20)