06/08/2019

Atvos e Renuka finalizam plano de recuperação

Atvos e Renuka finalizam plano de recuperação

Duas companhias do setor sucroenergético apresentarão, nas próximas duas semanas, planos de recuperação judicial.

Duas companhias do setor sucroenergético apresentarão, nas próximas duas semanas, planos de recuperação judicial. A Atvos, do grupo Odebrecht, revelará amanhã como pretende renegociar a dívida estimada em R$ 12 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil têm, juntos, 66%, ou R$ 7,95 bilhões do total dos débitos. Já a Renuka do Brasil elabora uma nova proposta, a ser entregue até setembro. A anterior não foi adiante porque fracassou a venda da usina Revati, em Brejo Alegre (SP). O recurso captado seria utilizado no pagamento de credores, de acordo com plano aprovado em agosto de 2018. “O novo plano é necessário, pois a Revati não foi vendida. Não sabemos a diferença entre os planos porque ainda estamos em negociação junto a credores”, diz Manoel Bertone, presidente da Renuka do Brasil. Enquanto isso, a companhia segue operando apenas a usina Madhu, em Promissão (SP).

Biosev

Bastou o anúncio da fusão das operações de etanol, açúcar e cogeração das gigantes BP e Bunge para que ressurgissem rumores da venda de usinas da Biosev no Brasil. Após se desfazer das duas unidades no Nordeste, em 2018, a companhia controlada pela francesa Louis Dreyfus teria oferecido a interessados a Usina Continental, em Colômbia (SP). A Biosev informa que “não há nenhuma negociação de venda de unidades em andamento ou plano para fechamento de usinas” (O Estado de S.Paulo, 5/8/19)

 


Atvos, da Odebrecht, propõe pagar 40% de dívidas a bancos

 

Legenda: Braço sucroalcooleiro da Odebrecht, Atvos propõe pagar 40% de dívidas a bancos

 

 

Parte das pendências, que chegam a R$ 11 bi, será transformada em título de empresa.

Atvos, braço de açúcar e álcool do grupo Odebrecht, vai apresentar nesta terça-feira (6) seu plano de recuperação judicial aos bancos credores.

A proposta inicial da companhia é pagar apenas 40% da dívida ou cerca de R$ 5 bilhões em um prazo de 15 anos, com três anos de carência, conforme fontes a par do processo.

Os R$ 6 bilhões restantes serão transformados em um título devido por uma companhia controladora da Atvos, a ser criada

Esses títulos só serão pagos se o negócio passar a dar lucro. Pela proposta, os dividendos da Atvos seriam divididos 70% para os bancos e 30% para o grupo Odebrecht.

Se os prejuízos continuarem, os bancos não recebem nada. Os principais credores são Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal.

As conversas com as instituições financeiras ainda estão no início e esses números podem mudar conforme as negociações avançarem.

A Atvos, contudo, é obrigada pela legislação de recuperação judicial a apresentar seu plano hoje.

A recuperação judicial é uma espécie de trégua que uma companhia pode pedir à Justiça caso não tenha condições de arcar com seus compromissos.

 

Em troca, se compromete a apresentar um plano para solucionar a situação, que deve ser aprovado pelos credores.

Os maiores bancos brasileiros também são os principais credores da holding da Odebrecht, que também está em recuperação judicial desde o início de junho. 

Esse processo, no entanto, é mais complexo e envolve uma dívida total de R$ 98,5 bilhões.

A holding da Odebrecht, chamada de ODB, tem prazo até o dia 26 para apresentar seu plano de recuperação (Folha de S.Paulo, 6/8/19)