Aurora concede férias coletivas da unidade de Guatambu (SC)
A Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Santa Catarina, divulgou que concederá férias coletivas no período de 30 dias à unidade industrial de abate de processamento de aves de Guatambu (SC), no período de 2 a 31 de julho deste ano.
O Frigorífico Aurora Guatambu (FAG) é uma das oito indústrias avícolas operadas pela empresa, informa a companhia, em comunicado. A unidade emprega 1.283 trabalhadores e abate 29,5 milhões de frango por ano, o que representa 11,8% do abate total da Aurora.
A empresa esclarece que essa é a segunda planta programada a entrar em regime de férias coletivas. A primeira é a de Abelardo Luz, que suspenderá provisoriamente as atividades industriais no dia 4 de junho. Ali, são empregados 1.391 trabalhadores para o abate de 33,5 milhões de frangos por ano, contribuindo com 13,4% do abate total da Aurora.
A empresa informa que não está prevista a demissão de trabalhadores e que a interrupção não atingirá, simultaneamente, mais de uma planta.
Conforme a Aurora, "a medida tornou-se inadiável em razão dos percalços que afetam o mercado internacional e impactam todas as companhias avícolas brasileiras desde agosto do ano passado. O quadro agravou-se no último bimestre de 2017, quando várias empresas foram desabilitadas a exportar para a Europa. No mesmo período, a Rússia, que representava um grande comprador de produtos cárneos, suspendeu as importações. A conjugação desses dois episódios produz o efeito de oferta excessiva e deterioração de preços."
Além disso, segundo a companhia, o suprimento do milho, um dos principais insumos da avicultura industrial, passa por um período de retenção especulativa, cujo efeito é a alta artificial das cotações. "Essa situação agrava as dificuldades do setor e força as agroindústrias a obter no Exterior o milho para a manutenção dos quase 520 milhões de aves alojadas em todo o País", salienta a Aurora no comunicado.
Em consequência desse cenário, acrescenta a companhia, grande parcela da produção nacional destinada à exportação acabou permanecendo no mercado doméstico. "Nesse estágio, a capacidade de armazenagem à frio, própria e de terceiros, chega ao seu limite, tornando-se imperiosa a necessidade de reduzir temporariamente a produção", justifica.
A Aurora Alimentos avaliará e decidirá em julho se haverá necessidade de colocar uma terceira planta industrial em férias coletivas. Enquanto isso, "espera que o governo obtenha sucesso na defesa técnica e política do setor da proteína animal, buscando o restabelecimento dos fluxos comerciais internacionais tão duramente conquistados pela indústria brasileira da carne", conclui (Broadcast, 9/5/18)