Banco na palma da mão: WTK Agro abre 200 mil contas em apenas 15 dias
Por Lucas Simões
Legenda: Banco digital 100% voltado ao agronegócio abre mais de 200 mil contas bancárias em apenas duas semanas de operação (Imagem: Divulgação)
Com um ambiente cada vez mais fértil, os bancos digitais já agregam 20% da população brasileira, sobretudo clientes na faixa etária entre 18 a 34 anos, conforme aponta pesquisa encomendada pela Fiserv e realizada pela Toluna Insights. E o agronegócio não poderia ficar de fora.
Com a proposta de revolucionar o setor bancário digital oferecendo recursos exclusivos e que foram pensados para todas as áreas do agronegócio, a WTK Agro, com sede em Curitiba (PR), chegou ao mercado com uma marca expressiva no mês de março.
O lançamento das primeiras contas ocorreu no último Dia Internacional da Mulher, como um presente do banco às agricultoras e aos agricultores brasileiros. Em duas semanas de operação, o banco 100% voltado ao agro brasileiro cadastrou mais de 200 mil contas.
Vale mencionar que, mesmo diante da pandemia de Covid-19, as projeções são de crescimento para a agropecuária.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou, no mês passado, a 2,2% a alta do setor em 2021, ante a perspectiva anterior de crescimento em 1,5%.
Enquanto a economia se recupera e o mundo tem uma nova perspectiva com a chegada das vacinas contra o novo coronavírus, os produtores do campo, que não pararam e continuaram seus negócios, precisam de suporte para dar continuidade a projetos antigos ou alavancar novos.
E para falar sobre a nova dinâmica no campo, em que o produtor tem o seu banco na palma da mão, o Agro Times conversou com João Pedro Morciani, economista da WTK Agro.
Agro Times: Quais movimentos e tendências estão por trás da demanda expressiva de abertura de contas bancárias?
João Pedro Morciani: Começamos a operação da WTK Agro em novembro do ano passado, e apesar das perdas irreparáveis provocadas pela pandemia, 2020 foi um ano extremamente positivo para o agronegócio brasileiro, com recordes de produções e resultados. Todo esse cenário provocou uma onda de otimismo ao produtor do campo.
Além da questão sanitária, a pandemia acelerou muito os negócios digitais, justamente pela necessidade de isolamento social. E a facilidade com a WTK Agro, o primeiro banco digital 100% voltado ao agronegócio, traz a possibilidade do cliente abrir conta bancária digitalmente sem a necessidade de deslocamento, foi um fator bastante dinamizador.
“É preciso descontruir a ideia de que o agro é um setor atrasado e pouco tecnológico, pois a tecnologia está presente diariamente na rotina do agricultor”, comenta Morciani (Imagem: Reprodução/LinkedIn)
Agro Times: A WTK Agro compartilha do otimismo do IPEA, em relação à projeção de crescimento do agro brasileiro neste ano, apesar do arroxo da pandemia?
João Pedro Morciani: Como citei, o ano passado foi excelente ao setor e nós mantemos o otimismo para 2021, ainda que as estimativas para economia brasileira no geral não sejam tão animadoras, o agro vive um momento de alta das commodities no mercado internacional.
Levando em conta também a dinâmica do câmbio, forte depreciação do real brasileiro em 2020 e que segue acontecendo até o momento, temos um cenário bastante favorável às exportações.
Fica mais barato para os estrangeiros comprarem os produtos agrícolas do nosso País, aumentando proporcionalmente o volume de exportações. Por fim, também temos previsões para uma safra recorde de soja no Centro-Oeste.
Agro Times: Na prática, quais são os diferenciais da empresa em termos de produtos, serviços e benefícios?
João Pedro Morciani: Considerando que a WTK Agro nasceu como um banco exclusivamente voltado ao agro, nós nos vemos como fomentadores do setor, um real parceiro do produtor do campo. Quando fazemos uma análise de risco de algum cliente, consideramos peculiaridades inerentes à agropecuária e que nem sempre estão no radar de outras instituições financeiras, com análises de crédito comuns.
Temos uma linha de produtos completa e 100% direcionada ao produtor rural e aos demais agentes envolvidos na cadeia produtiva do setor. Oferecemos a conta digital, que é o banco na palma da tua mão, linha de seguros volta ao campo, à lavoura, a propriedade. E por fim, trazemos linhas de créditos específicas ao agro brasileiro: cooperativas, expansão de safra, modernização e aquisição de maquinários, inovação tecnológica e agricultura de baixo carbono.
Agro Times: Como se dá a abordagem tanto com o pequeno quanto com o grande produtor no campo?
João Pedro Morciani: A WTK Agro atende o agro como um todo, desde o pequeno ao grande produtor, abarcando toda a cadeia produtiva. Conseguimos atender demandas personalizadas dos nosso clientes. Temos linhas de crédito próprias voltadas a ambos.
Trabalhamos desde o produtor que está atrás da porteira até aos profissionais envolvidos no escoamento da safra e à comercialização do produto final. É preciso descontruir a ideia de que o agro é um setor atrasado e pouco tecnológico, pois a tecnologia está presente diariamente na rotina do agricultor.
Agro Times: Quais são os planos da WTK Agro em 2021?
João Pedro Morciani: Estamos com um programa de contratação bem forte neste ano, teremos 500 consultores comerciais externos. Hoje, já temos um quarto dessa marca alcançada. Para o segundo semestre, estão previstos três pontos de atendimento presenciais em Mato Grosso, Goiás e Bahia. São localidades estratégicas no escopo do agronegócio brasileiro, e importantes para a fidelização dos nossos negócios.
Agro Times: Aproveitando o assunto quente, como o gargalo no canal de Suez pode impactar o agronegócio do Brasil?
João Pedro Morciani: O navio Ever Green trouxe muita polêmica nas últimas semanas, bloqueando uma das principais rotas comerciais do mundo, porque o canal de Suez sozinho é responsável por mais de 10% da produção de petróleo do planeta. A estagnação, ainda que por um período relativamente curto, acarretou no aumento de preço do barril tipo Brent.
E isso afeta o agro brasileiro na elevação dos custos com o frete. Ainda somos muito dependentes da cotação do petróleo para escoar a nossa produção. E essa conta mais salgada também deve chegar ao consumidor final (Money Times, 3/4/21)