Básicos superam industrializados na balança deste ano
De janeiro a abril, agropecuária, petróleo e minério participaram com 50,2% das exportações, acima dos 46,1% de 2018.
As receitas dos produtos básicos tiveram participação de 50,2% nas exportações totais do Brasil nos quatro primeiros meses deste ano. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 46,1%.
O avanço dos básicos sobre os industrializados ocorreu não só pelo bom desempenho dos produtos agrícolas mas também pelo petróleo.
A antecipação da safra de soja permitiu uma aceleração das vendas externas da oleaginosa. De janeiro a abril, o país obteve receitas de US$ 11,8 bilhões no complexo soja (grão, farelo e óleo), puxadas pela soja em grãos, que atingiu US$ 9,7 bilhões, 5% acima das de 2018.
As carnes “in natura”, outro item de peso na balança comercial brasileira, renderam US$ 3,9 bilhões, com evolução de 7% neste ano em comparação a janeiro e abril de 2018.
A carne suína, devido às crescentes importações da China, é a que mais ganha espaço, com elevação de 8% nas receitas. No mês passado, as exportações do produto “in natura” atingiram 51 mil toneladas, 7,6% mais do que as de março.
O grande desempenho entre as commodities neste ano, contudo, é o algodão. A produção aumenta ano a ano, e o país ganha novos mercados e aumenta o volume exportado para os tradicionais.
Nos quatro primeiros meses, as exportações brasileiras da commodity subiram para US$ 627 milhões, 77% mais do que em igual período do ano passado.
O café também rende mais neste ano, mas se deve mais ao volume exportado do que aos preços do produto, que estão em queda no mercado internacional.
As exportações de açúcar bruto melhoraram um pouco no mês passado. Os dados acumulados do ano, porém, ainda indicam as fraquezas do volume exportado e dos preços internacionais da commodity.
Até abril, as exportações renderam US$ 1,1 bilhão, 24% menos do que em 2018.
Entre os produtos do agronegócio listados no setor de manufaturados, se destaca a celulose. O país vem ganhando participação no mercado externo devido à boa produção brasileira e competitividade dos preços. As receitas somaram US$ 3 bilhões até abril.
Já as vendas externas de petróleo renderam US$ 7,98 bilhões neste ano, 11% mais do que no mesmo período anterior (Folha de S.Paulo, 3/5/19)