Batalha pelo controle da Eldorado em arbitragem deve começar neste mês
A Paper Excellence considera que a J&F dificultou o pagamento das dívidas da adquirida.
O caso da venda da Eldorado, empresa de celulose da J&F, para a Paper Excellence, judicializada pelos compradores, deve começar a tramitar na Câmara de Comércio Internacional, de arbitragem, neste mês.
O contrato de aquisição foi assinado em setembro de 2017. Uma das condições para a venda era que a adquirente precisaria resolver parte das dívidas da Eldorado.
A companhia de papel tem linhas de crédito cujas garantias são ativos do grupo J&F.
Havia um prazo para que a alavancagem fosse resolvida: 3 de setembro de 2018. Se, até lá, a questão não estivesse solucionada, a Paper Excellece ficaria como minoritária.
Nesse intervalo, mudanças do câmbio e do preço da celulose melhoraram o valor patrimonial da Eldorado.
A Paper Excellence considera que a J&F passou a dificultar o pagamento das dívidas e não colaborar, e judicializou o caso.
“As soluções apresentadas para as garantias, como um aporte na Eldorado para pagar as dívidas antecipadamente, não estavam previstas no contrato”, diz Eduardo Munhoz, advogado que defende a J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista no processo.
A Justiça decidiu, no fim de novembro, em votação em segunda instância, não dar mais prazo, que era um dos pedidos da compradora, e também que a câmara de arbitragem terá a palavra final.
A abertura do processo arbitral abre espaço para pedidos de indenização dos dois lados.
A multinacional, por exemplo, alugou um escritório para mais de cem pessoas, que está vazio até hoje.
A J&F alega que também teve prejuízos em decorrência do litígio, segundo Munhoz (Folha de S.Paulo, 7/1/19)