Bayer recorre de decisão do 1º julgamento envolvendo glifosato
A Bayer entrou com recurso contra a decisão de um tribunal na Califórnia que condenou a companhia a pagar US$ 289,2 milhões a um ex-jardineiro que teria desenvolvido câncer por causa do herbicida Roundup, comercializado pela Monsanto. A companhia norte-americana foi comprada pela Bayer no ano passado. Este foi o primeiro caso envolvendo o herbicida a ir a julgamento, em agosto de 2018. Na ocasião, um júri considerou que a exposição prolongada ao glifosato, um componente essencial Roundup, seria a causa do câncer do ex-jardineiro Dewayne Johnson.
A Bayer decidiu recorrer da decisão mesmo depois de o valor da indenização ter sido reduzido para US$ 78,5 milhões. "O veredicto do júri e a indenização concedida não estão de acordo com a lei ou com a ciência", disse a companhia no recurso protocolado em um tribunal da Califórnia. A Bayer argumenta que não tinha a obrigação de alertar que o produto poderia causar linfoma não-Hodgkin porque órgãos reguladores em todo o mundo e cientistas concluíram que o produto é seguro.
No fim de março deste ano, um tribunal em São Francisco condenou a Bayer a pagar indenização de mais de US$ 80 milhões a um morador da Califórnia, Edwin Hardeman, que teria desenvolvido câncer por causa da exposição ao Roundup. O júri considerou que a Monsanto agiu de forma negligente ao não alertar para os riscos do glifosato (Dow Jones Newswires, 24/4/19)