Be8 prevê investir R$ 80 milhões para produzir novo biocombustível
biocombustíve. Foto Reuters-Marcos Brindicci
A companhia quer atingir em 12 meses capacidade de produção de 150 milhões de litros por ano do produto que poderá ser usado diretamente em motores a diesel
Marcos Brindicci/Reuters
O novo biocombustível da Be8 reduziria até 50% as emissões de CO, até 85% a emissão de materiais particulados e em até 90% as de fumaça preta
A Be8, companhia líder em biodiesel no Brasil, anunciou nesta segunda-feira (2) que planeja investir R$ 80 milhões para a produção em Passo Fundo (RS) de um novo biocombustível patenteado pela companhia que poderá ser usado diretamente em motores a diesel.
Com o aporte, a companhia prevê atingir em 12 meses capacidade de produção de 150 milhões de litros por ano do novo produto. O montante também considera avanços na área de pesquisa e desenvolvimento, adicionou a empresa.
Chamado de Be8 BeVant, o novo biocombustível “é ideal para empresas consumidoras de grandes volumes de óleo diesel tradicional e que tem o compromisso de reduzir suas emissões no curto prazo”, disse a empresa em nota.
“O produto poderá abastecer equipamentos geradores de energia e a linha de máquinas pesadas para processos nas áreas de construção civil, agronegócio e terraplanagem”, completou, pontuando que atuará ainda para atender demandas dos setores de logística.
A companhia destacou que poderá ampliar capacidade de produção do novo produto rapidamente, caso necessário, para a unidade de Marialva (PR).
O novo produto é um metil éster e, por isso, entra na especificação já existente para o biodiesel que é misturado no diesel comum vendido nos postos do país, disse a companhia.
No entanto, para realizar misturas acima de 15% com o Be8 BeVant, a companhia ainda demandará de aprovações pela reguladora ANP, detalhou a companhia, pontuando que o combustível teve patente deferida no Brasil para processo de produção de novo produto.
Com maior teor de éster, ele reduz até 50% as emissões de CO (monóxido de carbono), até 85% a emissão de materiais particulados e em até 90% de fumaça preta, quando comparado ao diesel comum, de acordo com a Be8.
Em nota, o presidente da companhia, Erasmo Battistella, disse que o foco preferencial será abastecer o mercado nacional, mas que a companhia não descarta exportações.
O produto será ofertado a um custo estimado de cerca de 50% inferior ao praticado hoje no mercado internacional para o diesel verde 100% renovável a partir do hidrotratamento de óleo vegetal (HVO, na sigla em inglês), completou a Be8 (Reuters, 2/8/23)