Biorrefino, etanol 2G e captura de carbono no novo PAC
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Biorrefino, etanol de segunda geração e captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês) integram o conjunto de projetos mapeados pelo novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), lançado nesta sexta (11/8) pelo governo federal
Ao todo, a Casa Civil, sob o comando de Rui Costa (PT), vai monitorar R$ 1,7 trilhão em investimentos privados e de estatais – majoritariamente da Petrobras.
Com a inclusão de projetos do plano de investimentos da Petrobras, da ordem de R$ 300 bilhões (US$ 65 bi), a estatal representa sozinha cerca 20% dos recursos que o governo mapeou para os próximos quatro anos.
Na lista de obras publicada pela Casa Civil, está, entre outros empreendimentos, a da primeira unidade da estatal inteiramente dedicada à produção de diesel 100% renovável e combustível sustentável de aviação (SAF), na refinaria de Cubatão (SP).
É parte do Programa de BioRefino da companhia, que tem investimentos de US$ 600 milhões previstos no plano estratégico 2023-2027, em revisão.
As adaptações para o coprocessamento de petróleo com óleo vegetal nas refinarias Presidente Bernardes (RPBC), Paulínia (Replan) e Duque de Caxias (Reduc) também integram o PAC.
Além da Petrobras, o projeto de biorrefino da Acelen, que comprou a refinaria de Mataripe da Petrobras, na Bahia, entrou no catálogo do Planalto.
Este ano, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) assumiu compromissos com a Mubadala, fundo soberano da Arábia Saudita e controlador da Acelen, de conceder incentivos em troca de investimentos de R$ 12 bilhões na refinaria.
A companhia estuda ampliar a produção a partir de óleos vegetais e alternativas de biomassa para produzir biocombustíveis avançados.
Etanol, CCS e hidrogênio
Lançado no Rio de Janeiro, o pacote de investimentos totaliza R$ 1,4 trilhão até 2026. Outros R$ 300 bilhões estão previstos para os anos seguintes.
Obras e investimentos em Minas e Energia – o que inclui projetos da Petrobras – somam R$ 592 bilhões, praticamente um terço do total de investimentos previstos sob o guarda-chuva do novo PAC.
Na área de transição energética, foram mapeados 19 projetos ligados a combustíveis de baixo carbono. Desses, oito são de obras relacionadas a usinas de etanol de segunda geração, sete em municípios paulistas, e uma em Caarapó, no Mato Grosso do Sul. Além de uma planta de biometano em Piracicaba (SP).
O projeto de captura e armazenamento de carbono da produtora de etanol de milho FS, em Lucas do Rio Verde (MT) também aparece na lista de obras previstas.
A empresa recebeu a primeira autorização da ANP para perfuração de um poço não para prospecção de óleo e gás, mas avaliação das condições geológicas para injeção do carbono. Trabalho está previsto para os próximos meses.
Já em estudos, o mapa elenca captura e estocagem de carbono, conversão das refinarias tradicionais em 100% biorrefino e projetos de hidrogênio verde.
Empresas brasileiras precisam exportar energia renovável
Em entrevista à epbr, o vice-presidente de Smart Infrastructure da Siemens Brasil, William Pereira, defende que o Brasil aproveite sua matriz elétrica predominantemente renovável para exportar energia, via hidrogênio e amônia verde, para países com dificuldade de descarbonizar sua matriz energética.
A Siemens trabalhou no desenho do sistema elétrico de uma planta de eletrólise da Shell de 200 megawatts para produção de 60 toneladas de hidrogênio verde por dia, no Porto de Roterdã, na Holanda.
Entre os desafios enfrentados pelo projeto estavam a otimização dos investimentos e a redução do tempo de implementação, além da garantia de fornecimento de energia estável.
Por aqui, a companhia acredita que o porto do Açu, no Rio de Janeiro, onde a Shell também possui um projeto piloto de produção de hidrogênio verde, e o porto do Pecém, no Ceará, podem ser hubs para sintetização desse energético.
Hidrogênio de etanol
Parceria entre Shell, Hytron, Raízen, SENAI CETIQT e USP para testar a viabilidade do hidrogênio de etanol lançou, na quinta (10/8), a pedra fundamental da primeira estação experimental de abastecimento do mundo a adotar a tecnologia de reforma a vapor do biocombustível.
A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 kg de H2 por hora, dedicada ao abastecimento de até três ônibus e um veículo leve da Toyota.
Ajustes regulatórios para o biometano
A nova presidente da ABiogás, Renata Isfer, defende que ainda são necessários ajustes na regulação, sobretudo nos estados, para destravar o pleno potencial do biometano no país.
Ela cita o exemplo do Rio de Janeiro, onde a regulamentação do biometano foi concebida, em 2014, com a fixação de um preço máximo para injeção do produto na rede de gás canalizado do estado.
Economia circular
Pela primeira vez, o tema entrou em uma declaração da América do Sul. O documento final da Cúpula da Amazônia incluiu a agenda da economia circular nos objetivos para implementação da Declaração de Belém.
Luisa Santiago, líder da América Latina da Fundação Ellen MacArthur, avalia como uma demonstração de que o tema está conquistando relevância internacional. “Os países amazônicos começaram a compreender a importância de medidas de economia circular e, principalmente, numa perspectiva de regeneração da natureza”, comenta.
Custos extremos
O calor extremo está custando aos EUA US$ 100 bilhões por ano, de acordo com o presidente Joe Biden. Nesta semana, a Casa Branca anunciou que busca US$ 12 bilhões adicionais para assistência a desastres, enquanto o governo monitora a devastação por incêndios florestais no Havaí e o pico da temporada de furacões se aproxima. Bloomberg (EPBR, 14/8/23)