20/12/2023

Boi/Imea: 2024 deverá ser ano de transição após queda de preços em 2023

Boi/Imea: 2024 deverá ser ano de transição após queda de preços em 2023

BOI GORDO NO PASTO (Foto IBGE).jpg

O ciclo pecuário em Mato Grosso deve entrar em nova fase em 2024, com preços mais firmes, seguidos por uma tendência de alta, embora a participação de fêmeas nos abates ainda deva ficar acima da média histórica, projetou, em boletim semanal, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Em relação ao ano de 2023, o instituto qualificou como a "fase de baixa mais intensa da história do ciclo pecuário" no Estado. Segundo o Imea, a desvalorização da arroba do boi gordo acumulou 21,69% em 2023, fechando na média de R$ 216,96, de janeiro à primeira quinzena de dezembro. A queda foi influenciada pela maior disponibilidade de bovinos nas indústrias frigoríficas mato-grossenses, que abateram 5,48 milhões de cabeças no acumulado de janeiro a novembro de 2023, em comparação com os 4,55 milhões abatidos em igual período de 2022. As vacas foram as principais impulsionadoras desse aumento, representando um aumento de 40,83% no volume abatido de janeiro a novembro de 2023 em relação a igual intervalo de 2022.

"A alta nos abates de matrizes desestimulou a atividade de criação de bovinos de reposição, o que desencadeou a desvalorização nos preços, tendo como exemplo o bezerro de ano, que se desvalorizou 28,72% no comparativo anual", informou o Imea.

No entanto, o instituto aponta que o ciclo de queda está se encerrando. O relatório destaca que o grande volume de matrizes abatidas nos últimos dois anos pode resultar em uma menor oferta de animais de reposição no segundo semestre de 2024, indicando uma possível tendência de recuperação nos preços da arroba.

O Imea também projeta um cenário otimista para as exportações em 2024, com a habilitação de novas plantas, tanto para a China quanto a abertura de novos mercados. Porém, alerta para o risco de redução na produção de grãos em Mato Grosso devido ao fenômeno climático El Niño, o que poderia levar a um aumento nos preços de soja e milho - e encarecer a engorda. Além disso, ressalta que o El Niño pode afetar negativamente a qualidade das pastagens, reduzindo a capacidade de suporte e, consequentemente, prejudicando a engorda de bovinos a pasto (Broadcast, 19/12/23)