Bolsonaro cobra do mundo o “crédito ambiental” do Brasil
Segundo fonte do RR no Itamaraty, representações diplomáticas do Brasil no exterior têm sido orientadas a garimpar informações sobre emissão de poluentes, tanto de empresas privadas quanto do setor público, nos respectivos países de atuação. O objetivo do governo é elaborar um dossiê para comprovar que o Brasil tem, sim, créditos de carbono a receber nos termos do Protocolo de Kyoto.
A gestão Bolsonaro tem batido duramente nessa tecla: garante ter direito a mais de US$ 2,5 bilhões relativos à redução de 250 milhões de toneladas de gás carbônico desde 2005. O número não é reconhecido por especialistas internacionais e tampouco se sabe os critérios adotados pelo governo brasileiro para chegar a ele, mas isso é o de menos...
Além de brigar pelos supostos bilhões do CO2, o dossiê teria outra valia para o governo brasileiro: contra-atacar e constranger grandes potências que, na ótica da gestão Bolsonaro, posam de “vestais” e juízes da política ambiental alheia. A ideia do levantamento teria partido do próprio ministro Ricardo Salles, que voltou com a crista lá em cima da COP25, em Madri.
Em conversas reservadas com assessores, auscultadas pelo RR, Salles tem repetido que o Brasil “mudou o tom do noticiário sobre o meio ambiente”. Talvez sua capacidade de interpretação esteja enevoada pela fumaça da Amazônia (Relatório Reservado, 9/1/20)