Bolsonaro compra R$ 1 milhão em alfafa para refeições do governo
Por Marcos Nogueira
Está causando o maior sururu a lista de gastos com alimentação do Poder Executivo federal, comandado pelo presidente Jair Bolsonaro. O relatório das despesas de 2020, que é público, totaliza mais de R$ 1,8 bilhão. Mostra um aumento de 20% em relação ao ano anterior –o que condiz com a elevação dos preços da comida.
Alguns dados, porém, não deixam de ser intrigantes. Nas redes sociais, fez-se muito barulho a respeito dos R$ 15.641.777,49 pagos em leite condensado –sabidamente, algo que Bolsonaro aprecia comer no café da manhã com pão.
Aventou-se a possibilidade de que tal montante tenha sido destinado aos brigadeiros da Aeronáutica.
Para mim, saltaram aos olhos os R$ 1.042.974,22 que o governo usou para adquirir alfafa. Até onde eu sei, alfafa é uma erva que os fazendeiros dão como ração para o gado bovino.
Vamos a outros tópicos selecionados da lista de supermercado do Jair:
MANDIOCA – R$ 8.601.350,02
ADOÇANTE – R$ 12.006.603,45
AZEITONA – R$ 12.692.355,14
BARRA CEREAL – R$ 13.445.118,52
BATATA FRITA EMBALADA – R$ 16.582.463,23
BOMBOM – R$ 8.866.958,69
CANJICA – R$ 3.842.863,38
CHICLETE – R$ 2.203.681,89
CHUCHU IN NATURA – R$ 6.754.123,64
CONDIMENTO – R$ 49.995.971,45
FARINHA QUIBE – R$ 4.075.954,66
FERMENTO – R$ 16.628.885,60
MASSA PASTEL – R$ 6.236.199,36
MINGAU INSTANTÂNEO – R$ 1.607.508,14
PÓ PARA REFRESCO – R$ 1.331.263,96
TEMPERO – R$ 14.827.686,33
SAGU – R$ 2.241.859,51
Algumas especulações:
- Gente, os cozinheiros do governo têm mão pesada para temperar a boia! Aliás, o condimento anda pela hora da morte… e o tempero, então? Esse povo deveria pegar mais leve. Comida condimentada demais dá gastura.
- As recepções do Planalto têm farta distribuição de quibe e de pastel.
- Canjica? As festas juninas foram canceladas no ano passado.
- A despesa em chiclete, sagu, mingau e qui-suco revela alguém com paladar inequivocamente infantil no círculo palaciano. Coisa do Carlos?
- Como alguém gasta quase 7 milhões de dinheiros em CHUCHU? (Folha.com, 26/1/21)