Bolsonaro diz ser contra rever tarifa de energia solar
Legenda: Mesmo quem não tem como instalar em casa tem alternativas, como os condomínios (como este, da empresa de energia Enel, no Ceará): um grupo de consumidores se unem para gerar a energia em um local distinto de onde ocorre o consumo (neste caso, a energia vai para lojas da rede de farmácias Pague Menos)
Consulta pública sobre o tema estava aberta até o dia 30 de dezembro de 2019.
O presidente Jair Bolsonaro disse em vídeo publicado em suas redes sociais neste domingo (5) que, se depender dele, não haverá uma revisão que aumente a tarifa da energia solar no país.
“É posição do presidente da República, no que depender de nós, não haverá taxação da energia solar”, afirmou.
Ele reconheceu, no entanto, que quem decide a questão é a entidade reguladora Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
“É uma agência autônoma. Seus integrantes têm mandato, e eu não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles”, disse.
“Deixo claro que nós, do governo, não discutiremos mais esse assunto.”
Com a meta de incentivar a geração de energia pelo Sol, a Aneel estabeleceu, em 2012, que o dono da casa onde fossem instalados painéis solares não pagaria encargos, subsídios e tributos pela produção, pelo consumo ou pela distribuição do excedente de energia.
A própria agência, porém, já previa uma revisão desta medida em 2019.
No ano passado, houve uma grande discussão acerca do tema. De um lado, as distribuidoras de energia alegavam que os incentivos dados estavam gerando custos para elas e os demais consumidores.
Na outra ponta, o argumento era que o estímulo à energia limpa solar ainda se mostrava necessário porque o segmento não alcançou a maturidade desejada no país.
De fato, a energia solar, no todo, ainda é incipiente. Segundo dados da Aneel, ela representa apenas 1,2% da matriz energética brasileira. É a sétima fonte, longe dos 61% das hidrelétricas e atrás da sua maior competidora, a eólica, que fica com 8,7%.
A modalidade dessa geração saiu quase do zero em 2012, para mais de 660 megawatts atualmente.
Uma consulta pública sobre o tema estava aberta na agência reguladora até o dia 30 de dezembro de 2019.
As propostas levadas à Aneel deverão agora ser apresentadas e discutidas. A projeção do mercado é que o debate se arraste até o meio deste ano (Folha de S.Paulo, 6/1/20)