30/09/2022

Brasil está mais preparado para futura janela de IPOs do agro

Legenda Divulgação Exame

collhendo cana  Divulgação Exame

Ao participar de painel do Agro Forum, Marino Colpo disse que ainda existe uma distância "grande" entre a avenida Faria Lima e o campo

 

O mercado brasileiro está mais bem preparado para uma futura janela de ofertas de ações (IPOs) de empresas do agronegócio, um setor ainda com pouca representação na bolsa B3 considerando o tamanho do segmento para o PIB do Brasil, avaliou hoje (29) o CEO da Boa Safra , Marino Colpo.

 

 

“Acredito muito na próxima janela (de IPOs),” disse Colpo, executivo da empresa de sementes e uma das mais novas do setor a entrar na bolsa.

 

Ao participar de painel do Agro Forum, promovido pelo banco BTG Pactual hoje (29), ele começou dizendo que ainda existe uma distância “grande” entre a avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, e o campo.

 

Mas complementou que mais e mais participantes do mercado passam a ter em suas equipes especialistas no agronegócio, um segmento que responde por cerca de 25% do PIB nacional, considerando as indústrias e serviços associados.

 

“Cada vez mais temos contato com gente especialista em agro dentro das casas. Isso já me acende uma luz, de que as ‘assets’ e os fundos de investimentos estão preparados para uma nova vinda do agro (para a bolsa)”, declarou.

Para o executivo, isso é importante para que o mercado compreenda a sazonalidade típica do setor, que muitas vezes impacta os resultados das empresas pelo próprio ciclo das safras.

 

 

Colpo comentou que ainda não é ideia da companhia fazer “follow-on” de ações.

 

Fábio Nazari, sócio do BTG Pactual que moderou painel com executivos de Jalles Machado e Agrogalaxy, entrantes recentes na B3, também mostrou confiança em uma nova safra de IPOs do agronegócio.

 

“O setor do agronegócio é pouco representado na bolsa brasileira, pelo que significa no Brasil e no mundo”, disse ele.

 

O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, indicou na abertura do evento que o banco quer continuar como parceiro importante do setor agropecuário.

 

“Na área de crédito, sempre apoiamos o agronegócio, gostamos muito do setor e nos últimos anos temos aumentado ainda mais a nossa participação neste mercado”, disse Sallouti, lembrando que a exposição de crédito do BTG no agronegócio é de quase 20 bilhões de reais, algo próximo de 20% do portfólio da instituição.

 

Em dois anos, o BTG liderou emissões de quase 11 bilhões de reais no mercado de ações para os clientes no setor, disse o CEO.

 

No período, o banco também realizou emissões de CRAs, debêntures e bonds para as empresas do agronegócio, com 29 emissões atingindo mais de 20 bilhões de reais (Reuters, 29/9/22)