28/03/2023

Brasil garante ter condições de aumentar oferta alimentar para China

Brasil garante ter condições de aumentar oferta alimentar para China

BANDEIRA BRASIL PAPEL MACHE Imagem Blog Olhar Digital

Um fornecedor de produtos agropecuários confiável, sustentável e capaz de elevar substancialmente a sua produção sem comprometer a qualidade de suas exportações. Foi dessa forma que os empresários do agronegócio brasileiro e representantes do ministério da Agricultura apresentaram o setor a importadores chineses em um evento que reuniu os dois lados em Pequim.

A delegação de mais de 100 empresários e produtores agrícolas está há uma semana na capital chinesa e mantém compromissos na cidade apesar do cancelamento da visita de Estado do presidente Lula por motivo de saúde.

Secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério da Agricultura, Roberto Serroni Perosa transmitiu aos chineses o “grande abraço” do presidente Lula e explicou que o objetivo da missão brasileira é restabelecer as relações de fraternidade com a China, depois dos “problemas diplomáticos” que comprometeram as relações bilaterais nos últimos quatro anos, em referência ao governo de Jair Bolsonaro. “Com isso, com certeza melhoraremos as relações comerciais”, declarou.

O secretário assegurou que o Brasil pode fornecer um volume maior de produtos de qualidade para alimentar a população chinesa. Citando estudos da Embrapa, apontou que, que além dos 77 milhões de hectares já cultivados em duas safras, o Brasil tem condições de explorar outros 30 a 35 milhões de hectares em áreas não plantadas.

Cerca de 400 pessoas, entre empresários do Brasil e da China, participaram do evento nesta segunda-feira. Em seu discurso, Luis Rua, diretor de mercados da ABPA, associação que reúne produtores brasileiros de aves, suínos e ovos, reforçou que o Brasil tem capacidade de oferecer produtos de qualidade aos chineses pela abundância de seus recursos naturais, clima favorável e também por cumprir rigorosamente os requisitos sanitários.

 

Ele destacou que a produção agrícola brasileira aumentou nos últimos anos sem que fosse necessário ampliar a área plantada. Também observou que o Brasil nunca registrou caso de influenza aviária e está livre da peste suína africana.

Luis Rua observou ainda que, embora a China já represente praticamente um terço das exportações do agronegócio brasileiro, há espaço para ampliar o comércio, já que, no caso do frango, por exemplo, apenas 4% do consumo chinês é fornecido pelo Brasil. Em suínos, a participação brasileira é de 1%.

Hoje, o Brasil tem 47 unidades habilitadas para vender carne de aves ao mercado chinês, e 17 unidades para exportar porcos. Conforme o representante da ABPA, as oportunidades podem aumentar se Pequim reconhecer o Rio Grande do Sul e o Paraná como fornecedores de carne suína livres de febre aftosa sem vacinação (Broadcast, 27/3/23)