26/01/2023

Brasil paga mais caro por um volume menor de fertilizantes

Custos com fertilizantes saltaram nos últimos anos | Foto: Divulgação/iStock

Preço dos insumos disparou quase 200% nos últimos anos.

Os produtores rurais brasileiros pagaram mais caro por um volume menor de fertilizantes importados no ano passado. O país superou em mais de US$ 9 bilhões o então recorde de 2021, quando os valores ficaram na casa dos US$ 15 bilhões. As informações são do site Canal Rural, publicadas nesta quarta-feira, 25.

Apesar do aumento nos valores, de um ano para outro, o volume de insumos importados caiu. Em 2021, as compras somaram pouco mais de 41 milhões de toneladas. No ano passado, o total foi de 38 milhões de toneladas de fertilizantes.

Em cinco anos, o desembolso de produtores com a importação saltou quase 200%. O gasto passou de US$ 8 bilhões, em 2018, para US$ 24 bilhões, em 2022.

De acordo com o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, no ano passado, o agricultor pagou 60% a mais, para um volume 8% menor. “Gastamos quase US$ 25 bilhões para comprar menos fertilizantes”, disse. “Aumentou o custo de produção, umas das grandes dores do agronegócio.”

Mesmo com os altos custos, a importação de fertilizantes pelo Brasil começou aquecida neste ano. Segundo Ferreira, o Porto de Paranaguá (PR) descarregou a maior carga de fertilizantes de sua história na semana passada.

“Foram 73 mil toneladas em uma única carga”, observou. “Isso é um navio Panamax completo.” Paranaguá não é um caso isolado, o país deve registrar neste mês o mesmo volume de importação de fertilizantes de janeiro de 2022.

O Brasil importa 80% dos fertilizantes. É o quarto país no consumo da matéria-prima, o que representa cerca de 8% da utilização mundial. O insumo é responsável por cerca da metade da produtividade de uma safra agrícola.

Para Bernardo Silva, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes, “a agricultura é o motor do país, ou seja, sem fertilizantes o Brasil potencialmente produzirá a metade do que produz hoje” alerta (Revista Oeste, 25/1/23)