Brasil pode adotar rastreabilidade robusta com Car e dados de movimentação

PAULO PIANEZ - MARFRIG - FOTO DIVULGACAO.jpg

O diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig, Paulo Pianez, disse há pouco que o Brasil tem condições de adotar um sistema robusto de rastreabilidade. O executivo participa do evento do Marfrig Verde+, transmitido de forma online de Londres, na Inglaterra.

"No Brasil já temos o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e dados de movimentação de animais. Se houver combinação de dados com esses instrumentos, poderemos implantar um sistema de rastreabilidade bastante robusto", afirmou Pianez.

Pianez disse que a Marfrig tem um sistema capaz de rastrear toda a cadeia produtiva, baseado na inclusão de pecuaristas que ainda tenham problemas ambientais a corrigir. Ele lembrou que, de modo geral, o mercado tem adotado a estratégia de exclusão dos produtores com irregularidades ambientais ou sociais, o que tem deixado de ser considerada uma boa estratégia, segundo ele. "Nós adotamos uma nova abordagem, que implica entender a realidade de fazendeiros da nossa cadeia de suprimentos e, se tiverem algum problema, buscar ajudá-los a tratar a questão. É uma abordagem mais inteligente", argumentou.

O executivo defendeu, contudo, que são necessários novos instrumentos de crédito para tornar viáveis as práticas sustentáveis. Segundo ele, as linhas de crédito atuais não atendem a necessidade de apoiar mudanças na pecuária brasileira. "Precisamos apoiar a cadeia de suprimentos com assistência técnica, tecnologia, meios para a regularização da terra, para termos um modelo sustentável", comentou. "A Marfrig faz isso, temos estrutura, modelo e tecnologia que mostram que é possível ter pecuária sustentável, totalmente rastreada e com baixa pegada de carbono também", continuou.

Pianez disse que a companhia tem buscado players importantes, como bancos, para criar ferramentas de financiamento da atividade pecuária com novas tecnologias e rastreabilidade. A criação de políticas públicas no Brasil também é necessária, na avaliação do executivo. "Não há regulamentação para rastreabilidade no País. Estamos agora em diálogo com o governo e acreditamos que podemos ser agentes positivos nesse setor. Nossa tecnologia está totalmente disponível para ser aplicada em nível federal" (Broadcast, 24/5/23)