Bunge faz pedido para IPO do negócio de açúcar e etanol no Brasil
A multinacional de commodities agrícolas Bunge submeteu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido para uma potencial oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de açúcar e etanol no Brasil, a Bunge Açúcar & Bionergia, informou a companhia nesta terça-feira.
A empresa, com sede nos Estados Unidos, disse que obteve recentemente financiamento de dívidas para sua unidade, a qual foi preparada para operar como uma empresa independente.
A Bunge disse que planeja manter uma participação de controle na companhia após o IPO, “permitindo que ela participe da criação de valor futuro impulsionado pelo crescimento da empresa independente e melhoria cíclica nas condições do mercado global de açúcar”.
O mercado mundial de açúcar está enfrentando tempos difíceis devido ao excesso de oferta que levou os preços do açúcar bruto aos níveis mais baixos em dois anos e meio.
Muitas empresas de açúcar no Brasil estão enfrentando baixas margens de lucro e altas dívidas.
A Bunge tentou vender suas oito usinas brasileiras de açúcar e etanol por quatro anos, mas um processo separado de venda não conseguiu atrair o interesse firme de investidores estratégicos ou financeiros.
Em 8 de maio, pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que a empresa havia contratado bancos para se preparar para uma listagem no Brasil.
A maioria das usinas da Bunge no Brasil está localizada no norte do Estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais. A empresa tem capacidade para processar cerca de 22 milhões de toneladas de cana por safra.
A Bunge entrou no setor sucroenergético do Brasil em 2010, quando comprou a holding Moema Participações, que controlava seis usinas na época.
A CVM, reguladora do mercado brasileiro, confirmou o pedido de listagem da Bunge. O prospecto do IPO ainda não está disponível (Reuters, 15/5/18)