Bunge não prevê emitir ações em IPO de usinas no país
Empresa indicou que venderá ações próprias na potencial transação envolvendo a Bunge Açúcar & Bioenergia.
A gigante do agronegócio Bunge não prevê emitir novas ações na abertura de capital de seu negócio de açúcar e etanol no Brasil, processo coordenado pelos bancos Itaú BBA, JP Morgan e Santander.
Conforme o prospecto preliminar para a oferta pública inicial de ações enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa indicou que venderá ações próprias na potencial transação envolvendo a Bunge Açúcar & Bioenergia.
A medida “nos dá a opção de tornar a empresa pública, se assim quisermos, dependendo do ambiente”, disse o vice-presidente e diretor financeiro da Bunge, Thomas Boehlert, em evento em Nova York, nesta quarta-feira.
Conforme dados da empresa, a Bunge Açúcar & Bioenergia teve prejuízo de R$ 112 milhões no primeiro trimestre de 2018, ante resultado negativo de R$ 62 milhões um ano antes. Além disso, a dívida da empresa ao fim de março era de quase R$ 3 bilhões.
Não só a Bunge, mas o setor sucroenergético brasileiro tem enfrentado tempos difíceis, com os preços do açúcar em mínimas em vários anos por causa da ampla oferta global do produto. A Bunge, que entrou no segmento em 2010, tentou vender suas oito usinas brasileiras de açúcar e etanol por quatro anos, sem sucesso.
A maioria de suas unidades no Brasil está localizada no norte do Estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais. A empresa tem capacidade para processar cerca de 22 milhões de toneladas de cana por safra (O Estado de S.Paulo, 17/5/18)